A articulação de aliados de Lula para lançar uma candidatura e concorrer com Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados não terá envolvimento do PT e nem a aprovação de Lula, diz Bela Megale, do O Globo.
Membros da cúpula do partido afirmaram à coluna que consideram um “mau negócio” comprar briga com o cacique logo de saída. Além disso, não veem nenhum nome com força para fazer frente a Lira. No mês passado, o PT chegou a anunciar o apoio formal à candidatura de Lira.
Aliados de primeira ordem de Lula dizem que o presidente eleito também não vê com bons olhos a articulação de um nome contra o presidente da Câmara e que ainda guarda certo trauma de quando se envolveu na disputa pela presidência da Casa, em 2005.
Na época, o candidato oficial do governo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), foi derrotado por Severino Cavalcanti (PP-PE), após um racha interno no partido. A leitura de petistas é que, naquela época, a legenda tinha condições de ter ganhado a eleição se não fosse a divisão interna. O cenário hoje, porém, é ainda mais difícil.
Segundo o colunista Lauro Jardim, o movimento de lançar um nome contra Lira passou a ser gestado após os revezes sofridos pelo presidente da Câmara, depois que o Supremo Tribunal Federal declarou o orçamento secreto inconstitucional e o ministro Gilmar Mendes decidiu que o Bolsa Família pode ficar fora do teto de gastos.