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sábado 20 de fevereiro de 2021 às 15:04h

Artista denuncia abandono de único espaço cultural em Simões Filho através de intervenção artística

NOTÍCIAS, RMS


O artista visual Augusto Leal, morador e ativista cultural de Simões Filho encontrou um modo de denunciar o abandono do Espaço Cultural Irmão Antônio Inocêncio da Rocha: pintou um alvo de três metros de altura nas paredes, chamando a atenção dos moradores da cidade.

Localizado na Praça da Bíblia, no centro de Simões Filho, o espaço é o único equipamento cultural da cidade e foi fechado para uma reforma há cerca de seis anos.

Em uma publicação em seu perfil no Instagram, Augusto faz o seguinte questionamento: “Quando um equipamento cultural é alvo de uma política de destruição, apagamento, silenciamento, quem também se torna alvo dessa política? Quais oportunidades estão sendo cerceadas? Quais sonhos estão sendo destruídos mesmo antes de nascer?”.

Segundo o artista, o objetivo da obra é de colocar luz sobre o abandono desse espaço. Apesar de ser uma das cidades mais ricas do Estado da Bahia, Simões Filho não tem uma infraestrutura pública cultural com espaços como museus, galerias, teatros, o que afeta a produção e fruição artística local.

A pesquisa Atlas da Violência, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta o município como o quarto mais violento do país, com quase 120 assassinatos a cada 100 mil habitantes. O avanço do tráfico de drogas é considerado um dos principais motivos desse índice.

Sobre o artista

Augusto Leal é artista visual de Simões Filho-BA. Graduado em design e mestre em artes visuais pela UFBA, se interessa por questões relacionadas ao espaço urbano, na perspectiva de criar novas formas de ocupação e relacionamento das pessoas com a cidade. Busca criar projetos que proponham futuros possíveis, pautados em ideias de justiça social, acesso e fruição cultural, sustentabilidade ambiental e demais temas relacionados ao viver no mundo.

Desenvolve propostas que promovam interação do público com as obras, bem como a reflexão sobre os contextos sociais em que estão inseridos.

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