Ao levar o voto impresso a plenário, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) tem dito a interlocutores que espera encerrar de vez a discussão, com a rejeição da proposta pelos deputados. No pronunciamento que fez há pouco, ressaltou que os parlamentares foram legitimamente eleitos pelo voto “eletrônico”.
Em contrapartida, o presidente da Câmara buscaria do TSE o compromisso com medidas que aumentem a transparência do pleito.
Ocorre que, na Casa Civil, ocupada agora por Ciro Nogueira (PP), já há um movimento para destravar demandas de deputados (por cargos e emendas) que estavam represadas desde a gestão de Luiz Ramos.
Resta saber se Ciro combinou com Lira a liberação desses pedidos para enterrar o voto impresso — como ele diz publicamente — ou para aprová-lo, como quer Jair Bolsonaro. É difícil crer que o ministro da Casa Civil se arriscaria a trair o presidente poucos dias depois da posse.
Para enterrar de vez o voto impresso, será necessário aprovar o parecer de Raul Henry (MDB-PE), que passou há pouco na Comissão Especial. Caso não se alcance o placar, o plenário realizará uma segunda votação, desta vez com o relatório de Filipe Barros (PSL-PR), rejeitado na comissão. Se o texto do bolsonarista também não conseguir o mínimo de votos necessários, a proposta é arquivada.