O deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, enviou nesta terça-feira (8) de acordo com Guilherme Amado, no Metrópoles, uma carta aos gabinetes de todos os colegas da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo para não ter o mandato cassado.
Arthur é alvo de 12 representações que pedem a perda do mandato devido aos áudios de teor sexista que ele enviou a um grupo de amigos para se referir a refugiadas na guerra da Ucrânia. Ele viajou ao país a pretexto de levar doações para as vítimas do conflito com a Rússia.
Na carta, Arthur afirma que não será candidato à reeleição em outubro. Ele já havia desistido da pré-candidatura ao governo de São Paulo e se desfiliou do Podemos nesta terça.
“Assumo e entendo a necessidade desta Casa em aplicar-me uma punição. É justo e necessário. Entretanto, peço encarecidamente que considere a ausência de dolo e de dano a terceiros na dosimetria da pena. Se de um lado a punição é necessária, de outro, a cassação se faz excessiva”, escreveu Arthur.
O deputado pediu desculpas aos colegas e disse estar “repleto de problemas pessoais” após o vazamento dos áudios. “Envergonhei minha mãe, minhas tias, minha sobrinha e perdi minha namorada. Dizem que erros nos fazem aprender. Essa lição eu estou aprendendo do jeito mais doloroso possível”, afirmou.
Arthur disse que o MBL arrecadou R$ 275.366,20 para a viagem à Ucrânia e que o valor foi revertido para comprar donativos. O deputado formulou um documento com os comprovantes fiscais e listou os mantimentos comprados e os estabelecimentos onde os valores foram gastos.
Ele também afirmou ter ajudado cinco brasileiros a retornarem para casa e que duas famílias de refugiados foram resgatadas pelo grupo do qual ele fazia parte.
Além da desfiliação ao Podemos, o deputado comunicou nesta terça que não integrará mais o MBL. Se for cassado, Arthur ficará oito anos inelegível.