O ano de 2021 foi de muito crescimento para a mineração baiana. Conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o estado registrou um crescimento de 86% na arrecadação em comparação a 2020. Em 2021, a arrecadação ultrapassou os R$ 175 milhões, contra os mais de R$ 94 milhões recolhidos no ano anterior, o que garantiu a manutenção do estado na terceira posição dentre os maiores arrecadadores de CFEM perdendo apenas para o Pará e Minas Gerais.
Tal crescimento se deve ao aumento na produção de substâncias importantes para a mineração baiana. Os minérios de cobre, ouro, níquel, ferro e cromo foram os cinco maiores arrecadadores em 2021, que somados representam mais de 80% de tudo que foi arrecadado no ano. O destaque foi para o minério de ferro, que registrou um crescimento de mais de 2.600% em suas operações. O aumento expressivo deve-se ao início e aumento de produção de grandes empresas no mercado baiano, como a Bamin e a Tombador Iron, que, junto com a Brazil Iron, aumentaram a produção do minério de ferro na Bahia.
Mas, não foi apenas o minério de ferro que foi destaque em 2021. O cobre assumiu a liderança dentre as substâncias com maior arrecadação no ano passado. O minério, que em 2020 ocupava a segunda colocação, registrou um aumento de mais de 100% em suas operações. Os números são resultados de uma preocupação e extenso investimentos em pesquisa realizados nos últimos anos.
“Foram investidos acima de US$20 milhões anuais em pesquisa geológica desde os processos indiretos até os processos diretos de avaliação de potenciais minerais. Como resultado desse trabalho, temos uma expansão e crescimento da produção de concentrado de cobre com sucessivos recordes de produção, quando chegamos a marca de mais de 45 mil toneladas de cobre e uma vida útil projetada para 15 anos”, explica Manoel Valério, Diretor de Operações da Mineração Caraíba, única produtora do minério no estado.
O níquel também foi outra substância com resultados expressivos em 2021. Liderando a produção nacional do minério, a Bahia registrou um crescimento de mais de 180%, em relação a 2020. Produzido em Itagibá, pela Atlantic Nickel, a empresa ultrapassou a marca de 110 mil toneladas de minério comercializadas ano passado. Outro minério que integra a lista é o ouro.
A substância garantiu a segunda posição, como produto com maior arrecadação de CFEM do estado, com mais de 34 milhões recolhidos, e um crescimento de mais de 10%, no valor das operações em 2021. Destaque também para o minério de cromo, que também teve um papel fundamental para o crescimento da mineração baiana. Quinto colocado na lista de maiores arrecadadores da ANM, o minério teve um aumento de mais de 75%, em suas operações no ano de 2021.
Mesmo sem tanta popularidade, algumas substâncias ganham cada dia mais destaque na produção baiana. Produtos como o urânio, que concentra em Caetité, sudoeste baiano, toda a produção nacional, teve um aumento em suas operações em mais de 400%. Outro destaque ficou por conta da Pedra de São Tomé – utilizada na construção civil -. Sexto colocado na lista de maiores arrecadadores, o item registrou um crescimento de mais de 83% nas operações e garantiu a liderança da Bahia em sua produção. Para o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, os dados representam o avanço que a mineração baiana teve em 2021, que se deve principalmente pela diversidade geológica do estado.
“Hoje temos mais de 43 minérios diferentes e somos líderes nacionais na produção de 19 substâncias. Somos grandes produtores de água mineral e possuímos a segunda maior reserva de gemas do país. Muita gente não sabe, mas somos os maiores produtores de talco e os únicos de urânio do Brasil. Isso reforça a importância da mineração para a economia do estado. E, em 2022 esperamos alcançar resultados ainda melhores e conquistar mais investimentos em pesquisa, tecnologia e uma logística mais eficiente e sustentável para o escoamento da produção”, destaca Tramm.