A Argentina elegeu neste domingo (19) Javier Milei como novo presidente do país. Os percentuais de votos ainda não foram divulgados, mas o rival Sergio Massa reconheceu a derrota em discurso por volta das 20h10.
Milei, 53 anos, abriu espaço na política apostando em discursos radicais, como o de acabar com o peso e com o Banco Central, que agora terá a chance de colocar em prática. Ele foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2021, e antes disso atuou como economista em várias instituições.
No entanto, no segundo turno, recuou em um dos pontos que marcaram sua trajetória: a revolta contra políticos tradicionais, que chama de “casta” e que considera os culpados pela forte crise econômica que atinge a Argentina. Ele recebeu o apoio explícito do ex-presidente Mauricio Macri (2015-29) e de Patricia Bullrich, aliada de Macri e que ficou em terceiro lugar na disputa.
Milei encarnou a possibilidade de mudança frente a um governo que não conseguiu resolver os problemas do país. O atual presidente, Alberto Fernández, nem tentou a reeleição, e Sergio Massa, ministro da Economia, foi para a disputa, apoiado pela forte máquina do peronismo, que lhe garantiu boa votação em regiões como a Província de Buenos Aires, região com mais eleitores do país. No entanto, o rival foi melhor no interior da Argentina e conseguiu arrematar a vitória.
Na campanha, Massa apostou em uma campanha de medo, que defendia que uma vitória de Milei representaria o fim de subsídios e um encarecimento do custo de vida. No debate na TV, o atual ministro conseguiu encurralar o libertário, mesmo assim não conseguiu apoio suficiente para vencer.
Agora, Milei tem o desafio de formar um governo, mesmo tendo pouca experiência política e seu partido, A Liberdade Avança, tendo pouca força no Congresso. A posse será em 10 de dezembro, e o novo presidente tem três semanas para escolher sua equipe, definir que funções os novos aliados, como Bullrich, terão e, principalmente, explicar para os argentinos como conseguirá resolver os problemas do país.