Itália e Argélia vão reforçar a cooperação no setor de hidrocarbonetos, acordaram nesta última segunda-feira (23), durante uma reunião em Argel, a chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, e o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune.
“Diante da grande crise energética que sobretudo a Europa atravessa, a Argélia poderia se tornar um líder da produção africana, mas provavelmente mundial. A Itália é, inevitavelmente, a porta de entrada para esta energia e o abastecimento da Europa”, declarou Meloni durante uma coletiva de imprensa conjunta com Tebboune em Argel.
Tebboune informou que foi alcançado um acordo para “o estudo e a realização de um gasoduto [composto de vários elementos], que transportará ao mesmo tempo gás, hidrogênio, amoníaco e inclusive eletricidade”.
Tebboune respondeu assim à pergunta de um jornalista sobre o GALSI (Gasoduto Argélia-Sardenha-Itália), que deveria começar a operar em 2014 para transportar gás, mas acabou não seguindo adiante.
Antes da invasão da Ucrânia, a Itália importava 95% do gás que consumia. Destes, 40% procediam da Rússia. Seu segundo maior fornecedor foi a Argélia.
Roma busca, assim, diminuir sua dependência de Moscou.
A Argélia é o primeiro exportador africano de gás natural e o sétimo em nível mundial. Antes do início da ofensiva russa na Ucrânia, a Argélia fornecia aproximadamente 11% do gás consumido na Europa, enquanto a Rússia fornecia cerca de 47%.
Tentando evitar a Rússia, vários países europeus estão recorrendo à Argélia para conseguir gás.