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O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto - Foto: Evaristo Sá/AFP
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quinta-feira 18 de maio de 2023 às 20:10h

Arcabouço fiscal: ‘traidores’ do PL são cobrados por voto pró-Lula

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Principal partido da oposição e maior bancada da Câmara dos Deputados, o PL ajudou o governo ao aprovar a urgência do arcabouço fiscal, pauta prioritária do Palácio do Planalto. O posicionamento — um terço da bancada do partido presente em plenário endossou o avanço do texto — irritou segundo Victoria Abel, do O Globo, a militância bolsonarista, e a cúpula da sigla já atua para conter as fissuras.

Na ponta oposta do quadro ideológico, a federação que reúne Rede e PSOL — cada partido tem um ministro na Esplanada — votou maciçamente contra o Palácio do Planalto, o que gerou cobranças de uma ala do PT, que vê necessidade de o deputado Guilherme Boulos (SP) fazer gestos ao centro para ter o apoio do partido na corrida à prefeitura de São Paulo no ano que vem.

O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro entregou 29 votos favoráveis à urgência e 59 contrários — o patamar de aprovação foi considerado alto na Câmara para uma sigla que se opõe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cuja liderança orientou para o voto ‘não’. Há um grupo do PL que se identifica mais com o Centrão do que com os discursos da extrema-direita e não esconde que votará com o Planalto sempre que concordar com as propostas.

— O controle dos gastos públicos é fundamental para impulsionar o crescimento econômico, gerando mais empregos, reduzindo os juros e promovendo inclusão social. Apoio o novo regime fiscal, mas fico atento a possíveis aumentos de impostos — justificou o deputado Yury Do Paredão (PL-CE).

O parlamentar foi atacado por bolsonaristas nas redes sociais e chamado de traidor. Luiz Carlos Motta (PL-SP) também foi outro deputado que votou favoravelmente à urgência. Ele negou que o partido tenha feito cobranças.

— Nossa bancada é muito grande. É difícil ter unidade. As pautas da direita conservadora serão sempre pautas em que o partido vai cobrar unidade, como de costumes. Mas tem questões que deputados entendem diferente. Muitos deputados acharam que as modificações no texto do arcabouço foram satisfatórias. Precisamos ter respeito pelos mandatos. Não é o caso de fecharmos questão — afirmou ao GLOBO o líder do PL, Altineu Côrtes.

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