A Bahia será o vetor de empregos, com as obras da Ferrovia Oeste Leste (FIOL), Porto de Ilhéus, ponte Salvador-Itaparica e duplicação das principais rodovias estaduais/federais
O conselho de administração da Petrobras aprovou a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Mubadala, fundo de investimento dos Emirados Árabes, pelo montante de US$ 1,65 bilhão. Com isso a Petrobras vai receber R$ 9,1 bilhões pelo ativo, considerando o dólar da última terça-feira, mas esse valor ainda vai ser ajustado quando a transação for concluída, o que deve acontecer até o fim do ano.
A RLAM é a segunda maior refinaria e primeira do país e responde por 14% de toda produção nacional de derivados de petróleo. O fundo Mubadala pretende expandir a fábrica e ampliar sua participação no abastecimento de derivados para o mercado do Nordeste.
Serão executados obras de ampliação e modernização em diversas unidades, conforme informações recebidas pelo #Acesse Política. Além disso, pretende atrair parceiros para outros investimentos na região. “Acreditamos que, a partir da conclusão do nosso investimento na Rlam, seremos capazes de atrair parceiros globais de negócios para o setor”, afirmou Oscar Fahlgren, diretor-executivo da Mubadala Capital no Brasil, em reportagem do jornal o Estado de São Paulo.
A expectativa é de que o Mubadala e possíveis novos investidores cobrem pela gasolina e pelo diesel valor equivalente ao de importação, variáveis conforme às oscilações do dólar e do petróleo, de acordo com a atual política da estatal. Segundo Roberto Castello Branco, ex-presidente da estatal que será substituído nos próximos dias, a venda da RLAM vai contribuir para “iniciar um processo de redução de riscos de intervenções políticas na precificação de combustíveis”.
O valor de US$ 1,65 bilhão (ou mais de R$ 9 bilhões) a ser pago pelo fundo árabe foi alvo de crítica de analistas e chegou a deixar alguns dos conselheiros cautelosos na hora de aprovar a venda na reunião. Dois deles pediram vista, na tentativa de adiar a decisão, mas tiveram o pedido negado. Segundo o BTG Pactual, a proposta do Mubada ficou 35% abaixo do limite inferior de suas estimativas.
Já o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estimou valor de US$ 3 bilhões para o ativo, quase o dobro do que será pago pela refinaria. De acordo com a empresa, bancos e consultorias técnicas consideraram que a propostado Mubadala se encaixa numa faixa de valores considerados justos.