or 42 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção, o Senado aprovou nesta terça-feira (31) a indicação do diplomata Sérgio Eugênio de Risios Bath para exercer o cargo de embaixador do Brasil na Arábia Saudita e, cumulativamente, na República do Iêmen (MSF 64/2021). A aprovação será comunicada à Presidência da República.
Sérgio Eugênio de Risios Bath entrou na carreira diplomática em 1980. No exterior, atuou na missão junto à então Comunidade Econômica Europeia (CEE), em Bruxelas, entre 1984 e 1988; na embaixada em Bogotá, como segundo-secretário, entre 1988 e 1991; na embaixada em Washington, como conselheiro, entre 1999 e 2003; e no consulado-geral em Sydney, como cônsul-geral, de 2018 até o presente momento.
Ele recebeu várias condecorações, como a Medalha do Mérito Santos Dummont, a Ordem do Rio Branco (Grande Oficial e Grã-Cruz), a Medalha de Honra da Inconfidência e a Medalha Presidente Juscelino Kubitschek.
Seu nome já havia sido aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, onde ele foi sabatinado em abril. O relator de sua indicação na CRE foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Arábia Saudita e Iêmen
O Reino da Arábia Saudita é uma monarquia islã sunita. Desde 2015, o rei é Salman Bin Abdulaziz Al Saud. O príncipe herdeiro é Mohammad bin Salman. O país é o principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio.
Em 2020, a corrente comercial pendeu para o Brasil em montante de aproximadamente US$ 359 milhões, impulsionado pela exportação de aves, açúcares, carne bovina e milho, enquanto as importações brasileiras concentram-se em óleos brutos de petróleo e adubos ou fertilizantes químicos e outras matérias plásticas. O principal produto brasileiro exportado é a carne aviária, que tem sofrido várias restrições por parte da Arábia Saudita, havendo a redução do volume exportado ao longo dos últimos anos. Dentre as restrições, está a gradativa redução dos números de estabelecimentos brasileiros aptos a exportar.
A República do Iêmen, por sua vez, conta com terras férteis, em contraste com o deserto que domina o restante da Península Arábica. Em 2014, na esteira da chamada “Primavera Arabe”, instalou-se uma crise seguida de conflito, após os houthis, milícia xiita do norte do país, ter tomado a capital, Sanaa. Estima-se que 80% da população necessite de auxílio humanitário, o que faz dessa situação uma das maiores crises humanitárias do mundo. Além dos houthis, o governo central ainda enfrenta a oposição de separatistas do Conselho de Transição do Sul. Hoje, o governo oficial permanece a maior parte do tempo em Riade ou na capital provisória de Aden. Apesar do conflito, o intercâmbio bilateral tem sido estável e totalizou US$ 364,4 milhões em 2019. Dentre as exportações brasileiras ao Iêmen destacam-se produtos primários, sobretudo açúcares e melaços e carnes de aves e suas miudezas.