O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), demonstrou entusiasmo segundo Gabriela Araújo e Lula Bonfim, do A Tarde, com a aprovação da proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite à reeleição da Mesa Diretora, para o biênio 2025-2027.
“Só aprovação desta PEC já foi vitória porque permite mesmo tendo alguns entendimentos contrários, que se os colegas não quisessem me tiravam [da disputa] de vez nesta votação”, iniciou Menezes, na tarde desta terça-feira, 19.
Em entrevista à imprensa, o pessedista preferiu manter a cautela, ao ser questionado sobre o lançamento do seu nome para concorrer à recondução ao cargo em fevereiro e destacou a independência da Casa para colocar à mesa outros candidatos.
“Estou com muita tranquilidade. Claro, que se não houver outro nome da Casa, porque é a Casa quem vai dizer, não o presidente. Todo mundo é independente. Eu não tenho poder para mandar em nenhum deputado, todos aqui são iguais”, ratificou.
De autoria do deputado estadual Nelson Leal (PP) junto ao seu correligionário Niltinho, a PEC abriu caminhos para uma possível recondução do chefe do Legislativo na Casa por três mandatos consecutivos. A votação em plenário contou com o amplo apoio dos parlamentares, sendo 56 votos a favor da medida. Apenas Hilton Coelho (PSOL) e Júnior Nascimento (União Brasil), votaram contra.
Contradição?
Apesar de comemorar a validação do documento, em 2017, o atual presidente confabulou uma emenda à Constituição que deu um fim na reeleição da Mesa Diretora para os biênios consecutivos. À época, o documento foi apresentado com coautoria do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT).
Indagado pelo A Tarde sobre a sua mudança de posicionamento, Menezes relembrou que quando sugeriu a proposição o ex-presidente da Casa, Marcelo Nilo (Republicanos), intencionava se perpetuar na cadeira.
“Não é incoerência porque naquela época, não era ninguém contra o meu amigo Marcelo Nilo, mas ele estava tentando pela sexta vez consecutiva ser presidente. Eu achei um absurdo tanto é que ele acabou não tendo sucesso e o nosso colega [Angelo] Coronel foi presidente. Eu não acho que é incoerência não e isso não vai acontecer nunca aqui na Casa”, atestou o parlamentar.
O pessedista ainda fez questão de ressaltar que é defensor nato do fim da reeleição, principalmente nos cargos Executivo. Uma proposta que delimita esse tipo de sucessão tramita no Senado.
“[…]. Claro que pode parecer uma contradição, os meus posicionamentos há mais de 20 anos aqui na Casa, eu sempre defendi e defendo que o Congresso Nacional corrigisse, de uma vez por todas, e acabasse à reeleição, principalmente dos Executivos. […]”, acrescentou.
Planos frustrados
A aprovação da PEC da Reeleição frustra parcialmente os planos da deputada estadual Ivana Bastos (PSD), que tentava emplacar seu nome como sucessora de Adolfo. A impossibilidade de reeleição era uma das garantias da parlamentar que seria indicada pelo partido para o cargo.
Havia uma expectativa do nome do líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), também ser lançado ao pleito em 2025. No início da tramitação da PEC na Casa, o petista chegou a mostrar contrariedade, mas ao perceber que a guerra vencida, o parlamentar modulou o discurso.