Fora do Congresso depois de não se reeleger em 2022, a ex-deputada federal Joice Hasselmann trocou a política pela carreira de influenciadora fitness em seu “ano sabático”. Apesar do sucesso nas redes, porém — com direito a centenas de milhares de seguidores —, ela relata um “namoro” com partidos de centro-direita enquanto avalia se candidatar à Câmara Municipal de São Paulo.
— Meu coração está dividido sobre as eleições de 2024 — contou ao jornal O Globo. — Agora, tem um namoro de alguns partidos que já estão me procurando aqui em São Paulo. Eu já descartei um, mas estou em dúvida sobre dois no campo da centro-direita, e provavelmente devo me filiar a algum nos próximos meses.
Joice Hasselmann entrou na vida política em 2013, no contexto das Jornadas de Junho, quando se filiou ao então PPS, hoje Cidadania. Levantando a bandeira anticorrupção e de críticas aos governos petistas, ela se aproximou do bolsonarismo em 2018 e se elegeu deputada federal por São Paulo pelo então PSL, legenda pela qual Jair Bolsonaro tornou-se presidente naquele ano. No período em que esteve no Congresso, contudo, rompeu com a família do ex-titular do Planalto e teve discussões públicas com os filhos políticos do ex-aliado.
Em 2022, Joice tentou se reeleger pelo União Brasil, mas, agora persona non grata entre os bolsonaristas, amargou uma derrota retumbante nas urnas. Após deixar a vida política, ela decidiu tirar um “ano sabático” para descansar e “cuidar mais da mente”, como anunciou, e os resultados da sua perda de peso chamaram atenção de internautas. O processo de emagrecimento transformou-se em negócio, o protocolo JH, em que atua com equipe multidisciplinar para levar a estratégia de redução de medidas a mulheres dentro e fora do Brasil.
Apesar do empenho no mundo dos negócios, Joice confessa que sente saudades da política — mas não dos políticos. E ensaia o reingresso neste universo já nas eleições deste ano:
— Eu sinto falta do dia a dia do Congresso, sempre gostei muito daquela bagunça organizada. Sinto falta de ver relatorias importantes na minha mão, como o Pronampe e a modernização do Banco Central. Me dava muito prazer ver a coisa acontecendo mesmo. De resto, não sinto falta.
A hoje influenciadora frisa que a vontade de retomar o trabalho legislativo advém do fato de que ela é “um ser político” — “não tem muito como fugir disso”, acrescenta. Se o “namoro” de olho na disputa municipal deste ano não avançar, ela cogita tentar retornar como deputada federal ou até senadora em 2026. Até mesmo o desejo de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2028 surge no horizonte.
— Mas não esse ano, porque a disputa já está posta — lamenta.