O PT quer aproveitar o embalo do discurso do ex-presidente Lula no Sete de Setembro para lançar seu programa de reconstrução do país no pós-pandemia. O documento, elaborado ao longo de três meses, tem mais de 100 páginas e confronta o governo Bolsonaro em temas relacionados à democracia e à economia. Com uma postura mais ativa de Lula e o plano em mãos, o partido espera reagrupar militantes, retomar a linha de frente da oposição e tentar voltar para o jogo em 2022.
Segundo a Folha, o plano também tem o objetivo de sinalizar que há disposição no PT de aglutinar a esquerda para a eleição presidencial. A ideia era lançar o documento na sexta (11), mas a legenda decidiu adiar e deve ficar para semana que vem.
O partido pretende mobilizar movimentos sociais em torno da proposta, que teve colaboração de 600 pessoas. “Lula está dizendo que o Brasil precisa ser reconstruído. O plano é a contribuição que o PT vai dar para o debate da esquerda e oposição ao Bolsonaro para essa reconstrução”, afirma a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Segundo ela, a espinha dorsal do programa é o papel do Estado no desenvolvimento e na prestação de serviços públicos, o que coloca o PT em oposição direta ao projeto de Paulo Guedes para a Economia.
A ideia é lançar ideias para uma transição, de saída da crise sanitária e econômica neste momento, e também apontar um programa de reconstrução mais longo, que sinaliza o que o partido vê para o país em um eventual governo em 2022.