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Sergio Moro e o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Marcos Corrêa/PR/Arquivo
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terça-feira 18 de outubro de 2022 às 06:27h

Após reconciliação, integrantes da campanha de Bolsonaro querem Moro na TV, nas redes socias e em viagens

ELEIÇÕES 2022, NOTÍCIAS


Após o ex-ministro da Justiça e senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) ter auxiliado Jair Bolsonaro (PL) no debate da Band, no domingo (16), integrantes da campanha defendem ampliar a participação do ex-juiz da Lava-Jato na estratégia pela reeleição. Parte do QG bolsonarista quer que Moro grave programas de TV, vídeos para internet e faça algumas viagens. A ideia segundo reportagem do O Globo, é reforçar o discurso de combate à corrupção e a associação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os escândalos do mensalão e da Petrobras.

Interlocutores de Moro dizem que ainda não houve convite da campanha de Bolsonaro, mas a ida ao debate seria uma demonstração de que o ex-juiz superou as desavenças com o presidente — que o levaram a pedir demissão em 2020 denunciando interferência na Polícia Federal — e que fará o que for preciso para evitar a vitória de Lula. Moro justifica o apoio dizendo que as convergências com Bolsonaro são maiores que as divergências.

Ex-ministro Sergio Moro com Bolsonaro no debate da Band — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Ex-ministro Sergio Moro com Bolsonaro no debate da Band — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Viagem ao exterior

Moro, no entanto, só poderá atuar de forma mais efetiva na última semana do segundo turno. Hoje, ele embarca para a Espanha, onde participa de um seminário de combate à corrupção a convite do escritor peruano Mario Vargas Llosa. Volta no domingo.

Bolsonaro diz que ainda não tem uma agenda programada com Moro, mas admitiu que pode convidá-lo. Ontem, o presidente contou que ele mesmo convidou o ex-desafeto para integrar o time de cinco convidados que o acompanharam no estúdio da Band:

— Ele participou em alguma coisa nas minhas conversas, nas minhas inquisições sobre o Lula — afirmou. — Ele está ajudando o Brasil. Ele tem uma forte posição de combate à corrupção no Brasil. Conversei com ele, as pequenas divergências ficaram para o passado. Estamos juntos pela minha reeleição.

Questionado sobre a possibilidade de Moro voltar ao governo em um eventual segundo mandato, Bolsonaro desconversou:

— Nada foi conversado. Meu ministério está ajustado, e ele tem compromisso com o eleitorado dele para ser senador. Mas pode ter certeza que, caso eu seja reeleito, se Deus quiser, ele vai me visitar muitas vezes na Presidência, vai almoçar muitas vezes comigo.

O presidente se negou a falar sobre a hipótese de indicar o ex-magistrado a uma vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso seja reeleito. Em 2020, quando Moro deixou o governo, Bolsonaro afirmou que o ex-juiz pediu para ser indicado à mais alta Corte do país.

— Não vou começar a falar o perfil. Tem muita gente para lá, e não quero desagradar ninguém.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que já fez críticas a Moro no passado, comemorou o apoio:

— Acho que o mais importante é que ele está do nosso lado. Ele tem muitos seguidores, tem uma parcela da população que segue ele, (vai ser importante) nesse momento de uma eleição tão disputada.

Críticas ficam para trás

Ao retomar sua aliança com Bolsonaro, Moro deixou para trás críticas agudas que trocou não só com o presidente, mas também com alguns dos seus aliados que também estiveram no debate, como Ciro Nogueira e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O ex-juiz, por exemplo, era um crítico da aproximação de Bolsonaro com o Centrão.

Em janeiro, afirmou que “quem manda no governo Bolsonaro” é o presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, e que Ciro Nogueira também teria influência. O ministro da Casa Civil ironizou a entrada de Moro na política, dizendo que ele era um “conflito ambulante”. No mesmo mês, ao ser questionado sobre críticas que sofria dos filhos de Bolsonaro, particularmente de Carlos, Moro respondeu que não tinha medo de “ataques mentirosos”. O vereador já definiu Moro como uma representação do “que há de pior na natureza humana”.

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