Em evento da Petrobras, nesta sexta-feira (23), no Rio de Janeiro, o presidente Lula da Silva (PT) reforçou sua posição sobre a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Lula é crítico a atuação de Israel. Desta vez, no entanto, o presidente não usou a palavra Holocausto, ou fez comparações com o governo nazista da Alemanha na Segunda Guerra. As informações são de Pedro Henrique Gomes , da Globo News e g1.
“Eu quero dizer para vocês que eu não troco a minha dignidade pela falsidade. E quero dizer para vocês que eu sou favorável à criação do Estado palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado palestino, viver em harmonia com Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”, disse o presidente.
Em um segundo momento, Lula pediu para que as pessoas não tentassem fazer interpretações sobre o que ele disse quando esteve em agenda internacional em Addis Ababa, capital da Etiópia (leia mais abaixo).
“Não tentem interpretar a entrevista que dei na Etiópia, leiam a entrevista. Leia a entrevista em vez de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. O que está acontecendo em Israel é um genocídio. São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas. E não está morrendo soldado, está morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”, completou Lula.
A declaração de Lula foi durante a cerimônia do programa “Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos”, no Museu de Arte Moderna do Rio.
Declaração de Lula
No domingo passado (18), Lula classificou como “genocídio” e “chacina” a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula, durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia.
Em reação, Israel declarou Lula persona “non grata” no país. O termo é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. Desde então, a fala vem tendo repecurssão interna e externamente.