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O anúncio é feito dias depois de Gusttavo Lima, que pediu votos para o coach na campanha para a prefeitura de São Paulo, também dizer que quer ser candidato ao Planalto em 2026. No entanto, o anúncio de Pablo Marçal (PRTB) silencia sobre o que hoje é o maior obstáculo para que ele permaneça na vida política: as mais de duzentas ações judiciais que angariou depois da campanha do ano passado.
“Após os elogios e boas-vindas a Gusttavo Lima, Pablo Marçal foi questionado sobre a sua participação na disputa eleitoral de 2026 e reafirmou seu compromisso: ‘Serei candidato a presidente pelo PRTB em 2026. O empreendedorismo é a chave para libertar o nosso povo e fomentar o desenvolvimento econômico’, afirmou Marçal”, diz o comunicado enviado pela sua assessoria e publicado pela Veja.
Na corrida pela prefeitura de São Paulo, Marçal protagonizou uma campanha polêmica e cheia de ataques aos seus adversários. Ele quase conseguiu ir para o segundo turno, quando obteve 28,17% dos votos, próximos dos 29,07% do segundo colocado, Guilherme Boulos (PSOL), mas foi muito criticado por conta de um laudo médico falso divulgado na véspera do primeiro turno sobre o seu adversário, a uma ação de investigação judicial eleitoral, mesmo tipo de processo que deixou Bolsonaro inelegível duas vezes em 2023.
Além disso, também há uma enorme fila de pedidos de direito de resposta, representações e pedidos de indenização. A campanha de 2022, quando Marçal também quis disputar a Presidência da República, lhe rendeu uma investigação por lavagem de dinheiro na Polícia Federal de São Paulo.
Dias depois de perder a disputa pela prefeitura paulistana, Marçal disse em uma coletiva que estava sendo abordado por outras siglas e que seria candidato em 2026 a algum cargo do Executivo, ou a Presidência ou o governo de São Paulo. No comunicado desta quarta, ele elogia o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, e diz que ele é um “grande articulador”, prometendo ficar no partido.
O anúncio pode embaralhar os nomes da direita para 2026 e fragmentar o eleitorado. Os bolsonaristas apostam em uma candidatura de Jair Bolsonaro na pendência de recursos judiciais contra a sua inelegibilidade, para tentar, em último caso, uma transferência de votos como a que Lula fez para Fernando Haddad em 2018.
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que já disse que também quer entrar para a disputa, disse em entrevista a revista Veja que Gusttavo Lima, de quem é amigo pessoal, deve entrar no seu partido, o que pode minar os planos do cantor sertanejo.
