A CPI da Covid deve adiar depoimento secreto do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), marcado para a próxima terça-feira (6). A sessão fechada da CPI com o parlamentar, que prometeu apresentar novas informações sobre as denúncias envolvendo a vacina indiana Covaxin, foi aprovada ontem pela comissão.
Os senadores passaram a ver com mais cautela segundo a coluna de Bela Megale uma nova oitiva de Luís Miranda depois que ele deu informações contraditórias a membros da comissão relacionadas ao seu envolvimento no caso Covaxin.
A ideia de adiar o depoimento de Miranda, porém, pode sofrer um revés depois de Luiz Paulo Dominghetti, que prestou serviço para empresa Davati, afirmar hoje na CPI que o deputado tentou negociar vacina com a companhia. Dominghetti exibiu um áudio atribuído a Luís Miranda. O representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, nega que a gravação tratava de vacina.
O relato feito pelo deputado à revista “Crusoé” de que recebeu uma proposta de propina para facilitar a compra de vacinas colocou uma pulga atrás da orelha dos parlamentares. Para alguns integrantes da comissão, o fato de Miranda não ter levado essa denuncia às autoridades pode ser visto como prevaricação, mesmo crime que a CPI acusa o presidente Bolsonaro de ter cometido ao ser informado das suspeitas sobre a Covaxin.
Por outro lado, a comissão considera Luís Miranda uma peça central nas denúncias e não quer descredibilizá-lo. Senadores têm argumentado que só denunciaram casos importantes na esfera política, pessoas que estavam envolvidas nos esquemas. Por ora, no entanto, prevalece a ideia de que é melhor adiar o depoimento secreto.
Ontem, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal abriram investigações criminais sobre a importação da Covaxin pelo governo.