Diretamente envolvido no escândalo das joias por ter o próprio rosto estampado em uma foto de esculturas negociadas nos Estados Unidos, o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, sentiu a pressão e o tamanho do problema no qual se meteu.
Conforme a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ele se afastou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depois que o filho foi preso. Segundo a publicação, o clima entre o general e interlocutores de Bolsonaro – maior parte militares – é de tensão.
Amigo de longas datas do ex-chefe do Executivo, de quem foi colega na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Lourena Cid começou a reclamar há algumas semanas do fato do filho estar preso desde maio, enquanto Jair Bolsonaro e outros auxiliares seguem “levando uma vida normal”.
Para o general, que foi um dos alvos da operação Lucas 12:2, da Polícia Federal, na última sexta-feira (11), o “peso dos erros” da equipe do ex-presidente tem caído exclusivamente nos ombros do tenente-coronel Mauro Cid.
A visão do militar leva em consideração que o filho foi preso no caso das falsificações de cartões de vacina e em seguida as investigações chegaram ao caso do desvio de joias presenteadas por autoridades estrangeiras a Bolsonaro.
Ainda segundo a colunista Mônica Bergamo, a tensão vem crescendo à medida em que se prolonga o tempo em que Mauro Cid permanece atrás das grades, já que o general acreditava que o filho seria solto poucas horas após ser detido.
Para aliados do ex-presidente, a frustração de Lourena Cid ocorre pelo fato dele “não ter nenhuma noção de política” para entender “os rumos que as coisas tomaram”. O entorno de Jair Bolsonaro avalia ainda que depois de figurar como investigado pela PF e ter seu nome estampado nas manchetes, o general fará o cálculo de que é melhor se manter próximo do ex-presidente e não pular do barco.