Conforme matéria do jornal Valor, com a sucessão presidencial antecipada, o PSD marcha para as eleições de 2022 tendo à frente atores influentes nos maiores colégios eleitorais: o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil em Minas Gerais, adversário de fôlego do governador Romeu Zema (Novo) na sucessão estadual, e o do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que será um ator fundamental nas eleições 2022.
Em Minas Gerais, que tem o segundo maior eleitorado, depois de São Paulo, o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, se uniu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em uma aliança que tem como objetivo a ocupação dos principais cargos no Estado até a sucessão municipal em 2024.
Nos bastidores, o que se houve é que Kalil só não será candidato ao governo, em uma coligação que reunirá PSD, DEM, PT e outras grandes siglas, se não quiser, e a derrota dele para Zema é considerada zebra entre as principais lideranças de centro.
A vaga ao Senado na chapa encabeçada por Kalil será do presidente do PSD mineiro, Alexandre Silveira, mas com indicação de Rodrigo Pacheco, de quem é antigo aliado local.
O que se diz também é que o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que chega ao fim do mandato em 2022, será o coordenador da campanha de Kalil, que deve ser indicado, em 2023, para vaga no Tribunal de Contas da União (TCU).
Já no plano nacional, se não tiver candidato a presidente, como Kassab tem afirmado, o PSD pode manter apoio ao presidente Jair Bolsonaro, se ele melhorar as condições de governabilidade e o desempenho pessoal. Mas não descarta apoio ao ex-presidente Lula, caso ele dê uma guinada ao centro.
No entanto, mesmo seguindo neutro na sucessão presidencial, o projeto do PSD será relevante para qualquer presidenciável pela influência nos maiores colégios eleitorais. O partido também tem protagonismo na Bahia, quarto maior eleitorado, com o senador Otto Alencar (PSD-BA), e no Paraná, com o governador Ratinho Júnior.
Atualmente, o partido tem a quarta maior sigla da Câmara, e a segunda vice-presidência da Casa. No Senado, ostenta a segunda maior bancada, tem o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (AM), e também Otto Alencar na comissão de inquérito.