“Vou mostrar quem é ladrão e quem não é neste país”, falou o ex-presidente no velório do menino Arthur, 7 anos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma promessa ao neto Arthur Lula da Silva, ao se despedir da criança, na tarde deste sábado (2/3), em São Paulo. “Tenho um compromisso com você: vou provar a minha inocência. Vou mostrar quem é ladrão e quem não é neste país”, afirmou o petista, segundo a assessoria de imprensa do Instituto Lula. O garoto, de 7 anos, morreu na sexta-feira (1º), vítima de meningite.
Ainda de acordo com a assessoria do ex-presidente, Lula afirmou que Arthur teria sofrido bullying na escola, por ser seu neto. “As pessoas que me condenaram eu duvido que possam olhar para os netos como eu olhava para você”, afirmou.
Sobre o caixão do menino, Lula ainda teria afirmado que vai provar que “o procurador-chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, mentiram sobre ele”.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP), que participou do velório, disse que Lula falou entre quatro e cinco minutos durante a cerimônia. Segundo ele, o petista ficou todo o período ao lado dos familiares e disse também que o neto iria encontrar no céu a avó e ex-primeira-dama Marisa Letícia, sua mulher, que morreu em 2017.
Percurso
Lula deixou a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, às 7h desse sábado, depois de conseguir autorização da Justiça para ir ao velório do menino. Ele saiu da Superintendência da PF de helicóptero a caminho do aeroporto. De lá, pegou um avião cedido pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), rumo a São Paulo. De SP, em outro helicóptero, seguiu para São Bernardo.
O corpo de Arthur foi velado no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo (SP), durante toda a noite. No entanto, o ex-presidente da República, preso em Curitiba, após ser condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, teve permissão da Justiça para acompanhar a cerimônia apenas durante 1h30.
Por isso, por volta das 13h desse sábado, Lula pegou um helicóptero para São Paulo e, logo depois, um avião na capital paulista, para retornar à prisão. Sob gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e sem poder falar com os apoiadores que aguardavam do lado de fora, o ex-presidente acenou rapidamente para os militantes e entrou no carro. Foi durante o tempo todo escoltado por policiais federais.
Apoio
Ex-candidato à Presidência da República pelo PSol, Guilherme Boulos foi um dos primeiros a chegar ao Cemitério Jardim da Colina. Além dele, diversos políticos, principalmente do PT, estiveram no local. Adversário de Boulos nas eleições presidenciais de outubro passado, Fernando Haddad (PT-SP) entrou no cemitério, ainda no início da manhã, acompanhado da presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
Outros nomes importantes do PT passaram pelo cemitério em São Bernardo, como a ex-ministra do Desenvolvimento Social no governo Lula, Benedita da Silva, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, o ex-senador Eduardo Suplicy, e o ex-presidente da legenda José Genoino.
A ex-presidente Dilma Rousseff desembarcou na cidade, por volta das 9h, acompanhada do ex-presidente do PT Rui Falcão. Ela deixou o local por volta de 12h10 acompanhada do ex-ministro Aloísio Mercadante.