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O presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres - Foto: Agência Brasil
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segunda-feira 20 de dezembro de 2021 às 06:39h

Anvisa pede que PGR e PF investiguem novas ameaças contra o órgão

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O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, pediu neste domingo, 19, à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Federal que apurem novas ameaças disparadas contra diretores e servidores da agência. Barra Torres também pediu a proteção policial de agentes públicos e seus familiares para salvaguardar a “integridade física e psicológica diante da gravidade da situação enfrentada”. A Anvisa entrou na mira do presidente Jair Bolsonaro após a agência liberar a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid 19 para crianças.

Inconformado com a autorização para que o imunizante da Pfizer seja aplicado em crianças com idades entre 5 e 11 anos, Bolsonaro foi às redes sociais e ameaçou divulgar os nomes dos profissionais responsáveis por dar aval ao imunizante nessa faixa etária. “Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas”, esbravejou Bolsonaro na live transmitida em suas redes sociais na última quinta-feira, 16. A verborragia do chefe do Executivo levou a agência a divulgar uma nota em que afirma que “seu ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas”.

Neste domingo, ao conversar com apoiadores no Guarujá (SP), Bolsonaro disse que a imunização das crianças só deve ocorrer com a autorização dos pais. “O que pretendemos fazer? Vacina para crianças só se autorizada pelos pais. Se algum prefeito, governador ou ditador quiser impor é outra história, mas do governo federal tem que ter autorização dos pais e uma receita médica”, disse o mandatário.

Em ofício enviado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, Barra Torres ressaltou que diretores e servidores da Anvisa “foram surpreendidos com publicações nas mídias sociais na internet de ameaças, intimidações e ofensas por conta da referida decisão técnica da agência”. “Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”, ressaltou o diretor-presidente da Anvisa.

“Nestes termos, solicita-se de V. Sa. a adoção das medidas necessárias para apuração criminal dos referidos atos praticados e conhecidos ontem, sábado, dia 18/12/2021, contra os Diretores e servidores da Anvisa e, além disso, reitera-se COM URGÊNCIA o pedido de proteção policial aos citados agentes públicos e suas famílias a fim de salvaguardar a sua integridade física e psicológica diante da gravidade da situação enfrentada”, finaliza o ofício de Barra Torres, que também é assinado por quatro diretores da agência.

Em resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) enviada neste domingo, o governo destacou que os contratos firmados pelo Ministério da Saúde com a Pfizer já preveem expressamente a possibilidade de se solicitar imunizantes para crianças de 5 a 11 anos, “caso haja esta demanda, o que evidencia o adequado planejamento da Pasta, pois há cobertura contratual em caso de tal necessidade”. “A União tem adotado as providências cabíveis para uma decisão segura e responsável a respeito da extensão da campanha de imunização para esse público-alvo, estando agendada, inclusive, a realização de audiência pública a esse propósito em 4 de janeiro de 2022”, informou o governo ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski.

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