A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou, nesta sexta-feira (12), a aprovação do primeiro medicamento com indicação contra a Covid-19, o Remdesivir. O remédio servirá para evitar o agravamento da doença, mas não como forma de prevenção.
A agência também autorizou o registro do uso definitivo da vacina Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocriz (Fundação Oswaldo Cruz), contra o coronavírus. O imunizante já estava sendo usado no país, mas pelo com uso emergencial.
“São dois anúncios de registro. O primeiro registro é relacionado à vacina Covid-19. Recombinante, também conhecida como vacina de Oxford, que é uma vacina que já vinha sendo utilizada pelo procedimento de uso emergencial e que agora vai ser registrada pela agência com uma etapa de fabricação no Brasil o que a gente acredita que representa maior autonomia”, anunciou Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos.
Sobre o novo medicamento contra a Covid-19, que já está sendo usado de maneira emergencial nos EUA desde novembro, o gerente da Anvisa explicou que se trata de um “sintético que vai poder ser utilziado em pacientes que estão acometidos pela doença”.
Raphael Sanchez, especialista da gerência de qualidade de medicamentos da Anvisa, explicou ainda que o medicamento será vendido em forma de “pó para solução injetável” que deve ser reconstituído no momento da aplicação, terá prazo de validade de 36 meses, e será vendido com o nome comercial de Veklury.
Logo após a aprovação americana, em novembro do ano passado, a OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que o Remdesivir não é recomendado para pacientes hospitalizados com Covid-19, uma vez que o antiviral não evita mortes, nem o agravamento da doença.
Indicações do uso do medicamento
O remédio não substitui a vacina, que é a única forma de imunização contra o vírus. De acordo com a Anvisa, o Remdesivir poderá ser utilizado no Brasil em pessoas com idade superior a 12 anos, com pelo menos 40 kg, que estejam com pneumonia e precisem de suplementação de oxigênio.
“É importante destacar que a indicação terapêutica aprovada em bula não se restringe à forma leve, moderada ou grave da doença. Ela está ligada à apresentação da pneumonia com necessidade de suplemento de oxigênio, desde que o paciente não esteja em ventilação mecânica ou extracorporea”, disse Renata Lima Soares, gerente de Avaliação de Segurança e Eficácia da Anvisa.
Ela explicou que a aplicação inicial recomendada do medicamento é em dose única, de 200mg, administrado por infusão intravenosa. A partir do segundo dia, a dosagem é reduzida por 100mg. O Remdesivir deve ser usado por, no mínimo, cinco dias e, no máximo, 10 dias.
Vacina Oxford/AstraZeneca
A vacina pode ser aplicada em pessoas a partir de 18 anos. Após a primeira dose, a segunda pode ser tomada de 4 a 12 semanas. No Brasil, a eficácia da vacina ficou em 64,2%.
O imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca deve ser armazenado em temperatura entre 2ºC e 8ºC. Depois de aberta, a vacina dura 6 horas em temperatura ambiente e 48 horas sob refrigeração.
No Brasil, a vacina Oxford/AstraZeneca está sendo produzida pela Fiocruz. A expectativa é que, até o fim de março, a Fiocruz tenha capacidade de produzir um milhão de doses do imunizante por dia. Atualmente, a produção é de 300 mil doses diárias.
A vacina é a segunda a receber aprovação para uso definitivo no Brasil. O imunizante da Pfizer também conseguiu o registro, no entanto, o Brasil ainda não tem acordo de compra da vacina.