Uma grande representação da sociedade de Feira de Santana se deslocou nesta última quinta-feira (21) até a Assembleia Legislativa para prestigiar a sessão especial em comemoração à passagem dos 190 de emancipação política daquela cidade, que ocorreu no último dia 18. O plenário ficou lotado, contando com a presença de diversas autoridades civis, militares, componentes do empresariado e baianos que amam a Princesinha do Sertão. O evento foi proposto pelo deputado Pablo Roberto (PSDB).
O presidente Adolfo Menezes anunciou a presença do prefeito Colbert Martins, 15 secretários do município e cinco vereadores. “Feira foi transferida para Salvador”, brincou ele, dirigindo-se a Pablo, que compôs a mesa de honra com Colbert; o procurador de Justiça, Ricardo Reis Dourado, representando a procuradora-geral de Justiça, Norma Angélica Reis Cardoso Cavalcanti; a defensora Mônica Aragão, representando defensora geral, Firmiane Venâncio do Carmo Souza e o vereador de Feira, Jurandy de Carvalho.
As artes estavam representadas na mesa pela presidente da Academia de Letras e Artes e Feira de Santana, Lélia Vitor Fernandes de Oliveira. Foram chamados para a mesa também o comandante regional leste do Corpo de Bombeiros da Bahia, coronel PM, Nelzito Oliveira; o comandante do 35º Batalhão de Infantaria; tenente-coronel do Exército, Wando Azevedo; o presidente do CDL de Feira, Luiz Henrique Mercês e vice-presidente do Instituto Pensar Feira, Marcelo Alexandrino.
O Governo do Estado esteve representado pelo secretário do Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida; estando presentes também os deputados José de Arimateia (Republicanos), Pancadinha (SD), Robinson Almeida (PT), Jordavio Ramos (PSDB), e Angelo Coronel Filho (PSD), o deputado federal Zé Neto e o ex-deputado Carlos Geilson.
Contribuição
Após a composição da mesa e da execução do Hino Nacional, Adolfo concedeu a palavra a Pablo, que ocupou a tribuna para falar sobre seu orgulho em fazer parte da história do município e “ter contribuído para engrandecer o seu nome”. Ele disse estar consciente que deixou sua contribuição para o desenvolvimento da cidade, o que continua fazendo como deputado. Antes disso, foi conselheiro tutelar, vereador, e secretário municipal em três pastas diferentes. “É amando e cuidando da nossa cidade que vamos poder escrever uma nova história para Feira”, afirmou.
A rigidez do protocolo oficial foi substituída duas vezes quando foi dada a palavra a crianças. Na primeira ocasião, Ana Vitória e Heitor representaram o Instituto Família Azul, que se dedica à inclusão de pessoas especiais. “Todos os caminhos nos levam a Feira de Santana”, disseram, citando título do cantor feirense Carlos Pitta. A outra dupla já beirava a adolescência. Cecíla de Castro e Gustavo Castro representaram o casal Ana Brandoa e Domingos Araújo, que está diretamente ligado ao surgimento do povoamento da parada de tropeiros que viria a se tornar a segunda maior cidade da Bahia. Com muita graça e suavidade, eles contaram a história iniciada no início do Século XVIII.
Lélia Vitor também foi convidada a falar sobre a história, mas avisou de antemão que a empreitada não seria simples de ser resumida nos cinco minutos que lhe foram cedidos. Angelo Almeida iniciou seu pronunciamento pedindo palmas para o amigo Sérgio Carneiro, ex-deputado, ressaltando que, embora atuando em campos opostos na política nesse momento, tem muito respeito e apreço por ele e Pablo, pela caminhada em comum. Sobre Feira, ele falou sobre o rápido crescimento e desenvolvimento e a necessidade de que o município realize um planejamento decenal. “Não está faltando estudo, dedicação, o governador Jerônimo Rodrigues, todos os meses, cobra projeto, mas infelizmente eu não posso anunciar aqui, tenho que reservar a ele, que também é feirense, o direito de dar as boas novas que estão por vir”, disse.
O prefeito Colbert cumprimentou a iniciativa de Pablo em propor a sessão, mas disse que é fundamental o que tanto ele quanto o deputado foram fazer em Brasília: mostrar a importância e o tamanho de Feira. Ele agradeceu à Assembleia Legislativa por realizar o ato que vai ficar marcado na história.
Optando por um tom fortemente político, o mandatário pediu ao presidente Adolfo que o Legislativo apoie Pablo Roberto na Comissão de Direitos Humanos para fazer frente à violência, que está sem controle na Bahia. Ele atacou diretamente o PT ao tratar do assunto. Aproveitando para falar da reforma tributária, Colbert afirmou que, ano passado, seu município arrecadou R$ 1,5 bilhão em ICMS, mas ficaram na cidade apenas R$330 milhões. “É bom mostrar que está na hora de mudar essa lei dos 25%”, disse. Contrastando com o panorama traçado por Angelo, o prefeito disse que o Centro Industrial Subaé (CIS) está abandonado. “Perdemos a capacidade de atrair empresas desde a extinção do CIS (como autarquia) no governo passado.”
Ao encerrar a sessão, o presidente disse que a solução dos problemas do Brasil está na política. “Esse país poderia ser outro, mas os ricos estão ficando mais ricos e os pobres mais pobres”, lamentou. Ele disse que é necessária uma reforma administrativa, destacou o andamento da tributária e criticou a sequência de reformas políticas. Quanto à violência, ele lembrou que não é especialista, mas que “enquanto a economia for fraca, houver desemprego de milhões de jovens que acordam e não têm perspectiva de emprego, mesmo que a pobreza não seja sinônimo de violência”.