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segunda-feira 22 de abril de 2024 às 07:51h

Angelo Coronel e Otto Alencar podem disputar Senado contra Davi Alcolumbre

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Uma ala do PSD, maior partido do Senado, com 15 integrantes, começa a se movimentar para tentar viabilizar um nome alternativo ao de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para disputar o comando da Casa, em 2025. O grupo esbarra em resistências internas, considerando que Alcolumbre conseguiu se antecipar ao pleito e fidelizar boa parte dos integrantes da legenda.

Até o momento, o líder do PSD, Otto Alencar, e os senadores Angelo Coronel (PSD) e Eliziane Gama (PSD-MA) já manifestaram interesse em postular o cargo. Alguns governistas consideram que seria possível fazer frente a Alcolumbre se houvesse uma aliança ao menos entre parte do PSD, MDB e PT.

“Tivemos uma reunião do PSD e a ideia é lançarmos um candidato. Somos o maior partido, é natural que tenhamos candidato”, defende Angelo Coronel.

No próprio PSD, entretanto, Alcolumbre conta com o apoio irrestrito do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e de nomes como Vanderlan Cardoso (GO) e Nelsinho Trad (MT), que sinalizam não haver qualquer chance de mudarem de lado. Aliados do amapaense na legenda calculam que, hoje, ele teria os votos de dez dos 15 integrantes da bancada.

Já no MDB, que tradicionalmente lançava candidaturas até a última disputa, a expectativa é de não participar do pleito do próximo ano e apoiar Alcolumbre – a estratégia conta com o aval da cúpula da sigla. O motivo também passa pela falta de nomes competitivos que poderiam concorrer neste cenário e da vontade em garantir espaços na Mesa Diretora e em comissões.

“Somos o maior partido, é natural que tenhamos candidato”
Angelo Coronel

Em 2023, durante a disputa que terminou por eleger Rodrigo Pacheco ao segundo mandato como presidente do Senado, partidos como PP evitaram fazer um acordo e acabaram escanteados em todas as negociações para a ocupação de cargos.

Vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) afirma que Alcolumbre é um nome forte e está bem posicionado. Para ele, é “natural” o senador amapaense ter antecipado a sua pré-candidatura por ser ex-presidente da Casa.

“É plenamente compreensível que ele apareça nas bancas de aposta, e ele também não esconde essa pretensão. Ele é forte e se fortaleceu também com o governo”, disse Veneziano ao Valor.

“O próprio PSD, que tem uma base de 15 senadores e faz parte do governo, ao ler o cenário entenderá que é muito melhor fazer uma composição preenchendo a Mesa Diretora. Davi está bem posicionado”, acrescentou o vice-presidente do Senado.

Entre os membros do PT, assim como no PSD, há críticas sobre a atuação de Alcolumbre, que tem feito gestos à oposição desde o ano passado em temas como criminalização das drogas e limitação de decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista ao Valor, no mês passado, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) deixou claro que não considera a disputa ao comando do Senado resolvida e enfatizou que “até lá tudo pode acontecer”. Também cobrou gestos aos governistas por parte do grupo de Alcolumbre.

O presidente da CCJ também controla uma parte da distribuição de emendas parlamentares, mas, como revelou o Valor, tem sido cobrado desde o fim do ano pelo Planalto por não informar os nomes dos beneficiários ao governo e contemplar até mesmo adversários.

No governo, a ideia é não interferir na disputa, a menos que surja um nome com reais chances de vencer em 2025. Apesar da proximidade do amapaense com o Palácio do Planalto, o perfil de Alcolumbre é visto como imprevisível. Além disso, a expectativa é de que, caso ele se eleja na próxima disputa, tenha mais facilidade em garantir a reeleição no pleito seguinte, o que o deixaria na função por quatro anos.

Os adversários de Alcolumbre consideram que o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pode enfrentar resistência entre alguns oposicionistas, apesar dos gestos feitos recentemente, o que poderia dividir ainda mais os votos. A oposição estuda lançar novamente o nome de Rogério Marinho (PL-RN) ou o da senadora Tereza Cristina (PP-MS).

A avaliação é que muitos bolsonaristas não perdoam Alcolumbre por ter se afastado do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no final do mandato. Na época, o senador amapaense era presidente da CCJ e segurou por meses, por exemplo, a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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