O presidente Lula da Silva (PT) foi alvo, nesta última terça-feira (26), de uma nova ameaça via redes sociais. Na postagem, segundo o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, o autor citava um “rifle de precisão” e a realização de uma vaquinha para a contratação de um mercenário. O teor gerou preocupação no ministério devido, que determinou a abertura de uma investigação para apurar o caso.
“Estou encaminhando hoje à Polícia Federal determinação para que apure ameaça feita ao presidente Lula nas redes sociais fazendo alusão a ‘rifle de precisão’ e ‘vaquinha para tal’. As redes sociais não são e não serão um terreno de incentivo a crimes contra as autoridades”, escreveu Cappelli no X, antigo Twitter.
Ainda não há informações sobre o autor do ataque. Em outra mensagem, ele também ironizou outros usuários da rede que estavam enviando a mensagem para o ministro da Justiça, Flávio Dino, pedindo ações.
Esta não é a primeira vez que Lula é alvo de ataques na internet. Em janeiro, um homem foi preso em Roraima também por causa de uma publicação nas redes sociais. Na ocasião, ele teria comentado que ‘seria a hora de colocar a bala na cabeça dele’, em referência a uma visita do presidente ao estado.
Em agosto, um fazendeiro foi preso no Pará após, segundo a Polícia Federal, denúncias de que ele estaria planejando um atentando contra o presidente também durante uma visita de Lula.
Janja hackeada
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também foi alvo de ataques pela internet. No início do mês ela teve sua conta no X hackeada e o autor postou ataques misóginos e publicações que ofendiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Um adolescente de 17 anos admitiu ter invadido o perfil de Janja da Silva no X (antigo Twitter) e afirmou que encontrou informações do e-mail e da senha da primeira-dama por meio de vazamento de dados na internet. Ele confessou ainda que fez mais de 30 postagens com ofensas.
Além dele, um segundo jovem foi alvo de busca a apreensão pela Polícia Federal. O inquérito aponta que os dois fazem parte de comunidades de “incel” — a junção das palavras “involuntary celibates” —, que descreve aqueles que se consideram “celibatários involuntários”. O termo “incel” costuma ser atribuído a homens que se reúnem em fóruns de discussão online para falar sobre as frustrações de não conseguirem manter relações sexuais e amorosas.
Esses fóruns acabam virando espaço de disseminação livre de mensagens de ódio, sobretudo contra mulheres. “Durante as apurações ficou constatado que os possíveis envolvidos também tinham perfis e postagens na plataforma Discord, participando de grupos que trocavam mensagens de caráter misógino e extremista”, informou a PF, em nota.