O governo do Amazonas pediu, nesta sexta-feira (15), ajuda a outros estados para transferir 60 bebês prematuros por risco de falta de oxigênio. A informação foi publicada pelo Correio Braziliense.
A situação do estado é caótica, depois que o sistema de saúde entrou em colapso por causa do aumento de casos de covid-19 e da falta de oxigênio para pacientes em hospitais. Desde a última quinta-feira (14), há relatos de pacientes morrendo por asfixia em leitos hospitalares.
Em entrevista coletiva no início da tarde desta sexta-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou a informação, dizendo ter recebido a solicitação do Amazonas e garantindo que irá atender.
“Acabo de falar com o nosso secretário da Saúde e São Paulo atenderá integralmente esses 60 bebês. Pedi a ele, ao término da coletiva, para falar com o secretário de Saúde do Amazonas. Nós acolheremos todos os bebês que puderem ser transportados a São Paulo”, afirmou.
Irritado, o tucano disse que a situação é “o fim do mundo”. “Para quem é pai, mãe, não ter oxigênio para bebê, é uma irresponsabilidade do governo Bolsonaro. Me choca isso como brasileiro, desculpe”, afirmou ao bater com o celular no púlpito em sua frente. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve em Manaus nesta semana, até a última quarta-feira (13), anunciando planos de combate à covid-19 no estado. Um dia depois de deixar a região, o sistema entrou em colapso.
Uma das principais empresas fornecedoras de oxigênio medicinal no estado, a White Martins, informou que a demanda pelo insumo na capital amazonense quintuplicou nos últimos 15 dias. Em comunicado, a companhia afirma ter informado os governos estadual e federal, no início do mês, sobre a situação.
Grávidas
Durante a coletiva, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, indicou que já havia feito contato com o secretário da Saúde do estado do Amazonas, Marcellus Campelo. “Ele está fazendo um levantamento, porque vários estados, de forma humanitária, estão acolhendo esses bebês”, disse.
Gorinchteyn indicou que o estado também pede a transferência de mulheres grávidas, “gestantes que também foram comprometidas pela covid e que necessitam de assistência”. Dessa forma, queremos saber quantas ainda precisam da nossa atenção e, prontamente, estaremos acolhendo aqui em São Paulo”, informou o secretário paulista.