Um emissário robótico contemplou a superfície cinzenta e cheia de crateras da Lua e testemunhou o Sol surgindo no horizonte distante. O módulo de pouso Blue Ghost, da Firefly Aerospace, capturou uma vista impressionante em uma imagem repleta de reflexos de lente. Mas não se trata apenas de uma bela fotografia; é uma prova de que a era da exploração espacial comercial está em pleno andamento.
A missão é conhecida por dois nomes: Blue Ghost Mission 1 e Ghost Riders in the Sky, uma referência a uma antiga canção country sobre cowboys fantasmas galopando atrás de um rebanho demoníaco. O Blue Ghost pousou com sucesso na Lua em 2 de março, após ser lançado em 15 de janeiro com a ajuda de um foguete Falcon 9, da SpaceX.
Ciência lunar da Nasa a bordo
O módulo de pouso está repleto de instrumentos científicos e tecnológicos da Nasa, incluindo algo semelhante a um aspirador lunar.
O Blue Ghost faz parte da iniciativa Commercial Lunar Payload Services (CLPS), como parte dos esforços da agência em utilizar cada vez mais serviços de empresas comerciais.
A Firefly celebrou o início da missão de duas semanas com a imagem do Sol surgindo. “Hora de acordar!”, escreveu a empresa no comunicado oficial, publicado em 3 de março. Um dia lunar dura cerca de 14 dias terrestres.
O novo lar do Blue Ghost fica dentro de Mare Crisium, região que a Nasa descreve como “uma grande e escura planície basáltica na Lua, formada pelo preenchimento de uma antiga cratera de impacto de asteroide”. A área abriga antigos fluxos de lava e formações vulcânicas.
Pousar na Lua não é fácil
Aterrissar na Lua não é uma tarefa simples. Nos últimos anos, várias missões fracassaram. O módulo lunar Peregrine queimou ao reentrar na atmosfera da Terra no início de 2024. O módulo Nova-C Odysseus tombou ao pousar, também no início de 2024. Em 2023, a tentativa russa terminou em desastre, quando a missão Luna-25 colidiu com a superfície do satélite.
O pouso suave e na posição correta do Blue Ghost é motivo de celebração. Isso permitirá que a missão atinja os objetivos científicos da Nasa. “Ao longo da missão, os instrumentos da agência têm o objetivo de testar e demonstrar tecnologias de perfuração do subsolo lunar, capacidades de coleta de amostras de regolito, uso de sistemas globais de navegação via satélite, computação resistente à radiação e métodos de mitigação da poeira lunar.”
O Blue Ghost também faz parte do programa Artemis, projeto amplo que visa levar humanos de volta à superfície lunar. Esse objetivo final tem enfrentado desafios — incluindo o adiamento da missão tripulada Artemis 2.
A foto do nascer do sol lunar marca o início da missão, mas a Firefly também espera celebrar o encerramento com uma imagem do pôr do sol na Lua. Juntas, essas imagens formarão um conjunto simbólico para uma missão histórica.