Em uma conversa recente com aliados do Planalto, o senador Flávio Bolsonaro explicou o que se passa na cabeça do pai dele nessa indefinição sobre qual partido se filiar para disputar a reeleição.
Segundo a coluna Radar, Bolsonaro precisa de um partido com máquina, com estrutura e fundo partidário para bancar uma campanha política que atenda ao seu novo perfil político e o de seus aliados.
Por “novo perfil” entenda-se, claro, velho perfil. O bolsonarismo que saiu das urnas como nova política é hoje o representante dos velhos partidos e caciques. Até Valdemar Costa Neto surgiu outro dia numa cerimônia de Bolsonaro no Planalto. Muito deputado que se elegeu defendendo a Lava-Jato e novas posturas no Congresso terá em 2022 dificuldades de manter o mandato. O mesmo raciocínio vale para Bolsonaro.
O presidente irá para a campanha sem o discurso de defesa da Lava-Jato — ele foi o presidente que disse ter orgulho de ter acabado com a operação –, como inimigo de Sergio Moro e de outros bolsonaristas arrependidos, que foram bons puxadores de votos em 2018, e sem o discurso da nova política. A mamata, que iria acabar segundo o discurso eleitoral, não acabou.
Para conquistar mais quatro anos de mandato, portanto, o bolsonarismo vai precisar de dinheiro para fazer campanha. Daí a procura de um partido com “máquina”.