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sábado 3 de novembro de 2018 às 14:13h

Aliados de Rui afirmam se houver mais espaços, aceitarão

POLÍTICA


Reeleito com 75% dos votos, o governador Rui Costa já começa a desenhar sua nova gestão que se inicia no dia 1º de janeiro e já antecipou, inclusive, que enviará à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) um projeto que alterará a estrutura no governo, de forma a manter o equilíbrio fiscal.

A reformulação, consequentemente, reduzirá os espaços a serem ofertados aos seus aliados, embora o arco de apoio tenha aumentado nessa eleição. Rui coligou com 14 partidos nessa eleição. Presidentes das principais legendas, entretanto, asseguram que não reivindicarão mais espaço e que essa decisão ficará a cargo do governador, porém não negam que se houver oferta não se furtarão em recebê-las.

Tamanho dos partidos também não deixaram de ser frisados. Fizeram parte da coligação: o PDT, Podemos, Avante, PMB, PTC, PMN e Pros, além de PT, PSD, PP, PC do B, PSB, PR e PRP.

O presidente do PCdoB, Davidson Magalhães, por exemplo, afirmou segundo foi publicado no site Bocão News neste sábado (3), que a sigla não tomou nenhuma decisão neste sentido ainda. Porém, deixa claro que é preciso levar em consideração o crescimento que obtiveram.

“Nós não temos nenhuma decisão do partido ainda. A condução será feita por mim. O que tem é que depois da última eleição nós crescemos: fizemos cinco deputados estaduais, três federais, crescemos muito a nossa votação e é preciso levar isso em consideração. Mas essa discussão precisa ser feita com unidade. Vamos ouvir primeiro o governador que é o condutor do processo e discutir dentro de um consenso”, minimizou, sem deixar de mandar o recado.

Atualmente os comunistas detém o comando da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e a Bahiagás.

“Um óasis” 

 Da mesma forma, o presidente do PDT Félix Mendonça Júnior, cujo partido tende a criar um bloco independente no Congresso Nacional excluindo o PT, disse que essa questão era uma escolha do governador.

“Claro que sempre o partido quer mais, elegeu um deputado federal a mais, manteve o número de estaduais, aumentou o número de votos, mas volto a dizer a questão é do governador”, minimizou. O PDT indicou nomes para a Secretaria de Agricultura, CBPM e Ibametro.

Sobre a aliança em âmbito estadual classificou com um “óasis”. “Não temos nenhum problema. Está tudo tranquilo. É um oásis”, assegurou.

O líder do Podemos na Bahia, deputado federal reeleito Bacelar, declarou que o seu grupo está satisfeito com o espaço que possui: apenas o Detran.

“Nós estamos satisfeitos com o espaço que nós temos. Ampliar e remanejar são decisão do governador que acataremos com entusiasmo”, disse, não deixando de admitir que “se ele [Rui] precisar de quadros para outras ou novas funções nós temos também”.

“Não enjeitarei”, disse Isidório 

 Já o líder do Avante na Bahia, deputado estadual Sargento Isidório, eleito deputado federal, cuja votação dele e de filho, João Isidório, eleito deputado estadual, bateram recordes, afirmou não poder cobrar nada do governador pela gratidão ao apoio que o governo dá ao seu projeto social: a Fundação Dr. Jesus.

Mas afirmou que se for escolhido pelo petista “não enjeitará” a proposta. “Eu não posso cobrar nada do governador porque fui bem votado, porque meu filho foi bem votado. Tenho consciência que a votação que tivemos foi mão de Deus, dedo do povo, de todo povo da Bahia, mas também reconheço todo o apoio que recebo do executivo estadual, pois nunca tive apoio da prefeitura de Salvador e nem do Governo Federal”, contou, questionando “como posso exigir isso do governador”.

Ao final, não hesitou em afirmar que “Se me Rui me chamar para ser secretário eu quero.  Não recuso, enjeito, mas não tenho o direito de exigir barganha, mas se entender que eu cresci, que crescemos, que devo ficar com ele na Bahia contra o presidente eleito [Jair Bolsonaro] eu vou”, admitiu.

Por fim, o presidente do PR na Bahia, João Carlos Araújo elencou que Rui “é o senhor da razão” e o debate será feito com ele.  “Logicamente, vamos ouvir o governador. Ele é o senhor da razão. Temos uma aliança e temos que discutir com ele, saber o que ele quer para o PR e nós vamos ouvi-lo”, disse.

Conforme ele, o partido possui apenas a Secretaria de Turismo e uma diretoria na Conder como cota. “Mas o arco de aliança de Rui é muito grande e ele tem que dividir o Governo com todo mundo. Isso já vem de algum tempo para cá, alguns aliados já estavam grandes e o PR vem crescendo aos poucos. Tivemos uma conversa antes das eleições e ficamos de conversar após. Temos que aguardar. A política é arte de conversar”, reforçou, descartando a possibilidade de ruptura com o governo. “Não se cogita isso”.

PT na briga pela AL-BA

O PT, partido de Rui, detentor de maior espaço no governo, por sua vez, terá uma reunião para tratar do assunto somente na segunda quinzena de novembro. Na pauta o presidente estadual, Everaldo Anunciação não esconde, que brigarão pela presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

O nome do deputado estadual, Rosemberg Pinto, conforme ele, já foi disponibilizado como representante do partido na disputa. Quanto ao PP e PSD também se colocarem no páreo, afirma que vai  prevalecer o consenso.

“Nós vamos ter reunião da executiva na segunda quinzena de novembro e partir daí vamos começar a desenhar esse período. Vamos ouvir Rui, vamos iniciar uma conversa. Quando construímos consenso o resultado é bom para todo mundo. Isso precisa ser preservado. Não se pode ter hegemonia sempre”, disse, referindo-se ao embate na AL-BA.

O PT  possui o comando das pastas da Cultura, Desenvolvimento Econômico, Sepromi, Desenvolvimento rural, Meio Ambiente,  SJDHDS, Promoção da Igualdade Racial, Serin e das autarquias: CAR, Inema e Agersa.

 

Por Fernanda Chagas

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