domingo 22 de dezembro de 2024
Foto: Evaristo Sa/AFP
Home / NOTÍCIAS / Aliados de Ciro estabelecem um prazo para ele decolar, ou apoiarão Lula
sexta-feira 10 de dezembro de 2021 às 09:08h

Aliados de Ciro estabelecem um prazo para ele decolar, ou apoiarão Lula

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O PDT sentiu o impacto da entrada de Sergio Moro na disputa eleitoral. Dentro do partido, aliados de Ciro Gomes consideram, de acordo com a coluna de Malu Gaspar, no O Globo, que o ex-juiz atraiu parte dos votos da terceira via que poderiam migrar para o pedetista, tornando seu caminho cada vez mais difícil. Por isso, já defendem nos bastidores que o PDT avalie o quanto antes uma aliança com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em conversas com interlocutores de outros partidos e com a equipe da coluna, esses aliados dizem que vão esperar até fevereiro para ver se Ciro decola nas pesquisas. Se até lá isso não ocorrer, vão pressionar a cúpula pedetista para abandonar a candidatura própria e ingressar na federação com o PT.

Questionado a esse respeito, o presidente do PDT, Carlos Lupi, nega qualquer possibilidade de deixar Ciro na estrada. Segundo ele, a candidatura de Ciro é “irreversível”.

Mas nos bastidores o movimento é o oposto. Nas últimas semanas, parlamentares pedetistas procuraram auxiliares de Lula para pedir que o ex-presidente pressione o PDT para fazer uma aliança ou formar uma federação o quanto antes. Lula, porém, tem se esquivado de fazer qualquer movimento nesse sentido por enquanto.

Para esses parlamentares, o PDT só tem a perder se continuar insistindo num candidato a presidente que se mantém com menos de 10% da intenção de voto nas pesquisas eleitorais. Na pesquisa da Quaest, que saiu nesta quarta-feira, Ciro aparece com 5%, atrás de Lula, Bolsonaro e Moro.

Em privado, esses parlamentares consideram o desempenho decepcionante, especialmente porque o partido contratou um marqueteiro caro, João Santana e Ciro já é conhecido do público.

O temor entre os integrantes da sigla é que, com uma candidatura fraca, o partido perca espaço em alianças estaduais com partidos de esquerda, fique isolado e acabe elegendo menos deputados. Por isso, não são poucos os que preferem pular o quanto antes na canoa de Lula e empurrar o PDT para a  federação que está sendo neste momento gestada entre PT, PSB e PC do B. “A realidade se impõe”, resumiu ontem um deputado pedetista.

Já como parte da federação de esquerda, o PDT poderia ganhar fazendo prevalecer nomes para governos estaduais, como o de Weverton Rocha no Maranhão. E, mais do que isso, pode aproveitar a máquina do PT para ampliar a bancada de deputados e senadores.

Apesar da ansiedade generalizada, porém, esses líderes vêm dizendo que vão esperar até fevereiro para cobrar de Lupi a projeção feita por ele de que Ciro chegaria a 16% após o Carnaval.

Por enquanto, o presidente do partido mantém o discurso de que Ciro não precisa de alianças para crescer, e que o partido está disposto a seguir sozinho assim como ocorreu em 2018. Até porque, para ele, Moro tira mais votos de Jair Bolsonaro do que de Ciro.

Ele diz que não há vantagem em unir-se com o PT numa federação que pode minar outras lideranças estaduais do partido em locais como Rio Grande do Sul, Goiás e Paraná, além de inviabilizar alianças em estados-chave como a Bahia, onde o PDT pretende apoiar ACM Neto (DEM). Na visão de Lupi, são as candidaturas regionais que determinam o sucesso da eleição de deputados federais e senadores.

Na semana que vem, o PDT se reúne para uma festa de fim de ano em Brasília. Não vai faltar assunto e, pelo visto, nem desejos para 2022.

Veja também

Toffoli suspende punição da União contra RJ por descumprimento de recuperação fiscal

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu na sexta-feira (20) as punições …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!