Aliados de Jair Bolsonaro no PL dizem segundo Robson Bonin, da coluna Radar, que é um erro adiar a escolha do sucessor para 2026. O ex-presidente, como se sabe, vem anunciando que ele será candidato, mesmo ciente de que está inelegível.
Para bolsonaristas ouvidos pelo colunista, a estratégia lembra o movimento de Lula, em 2018, que lançou e manteve sua candidatura até o limite do prazo, abrindo caminho então para Fernando Haddad. A estratégia, que não funcionou para o petismo, na avaliação dos aliados de Bolsonaro, pode colocar em risco uma eventual vitória da direita.
“Em 2018, Lula insistiu na candidatura e deu ruim. Não dá para fazer Tarcísio de poste”, diz um aliado.
Outra ala do PL avalia que Bolsonaro deve, sim, insistir na candidatura. “A eleição de 2026 será sobre o STF e a luta por liberdade”, diz um aliado.
Recentemente, Bolsonaro disse ao redator-chefe de VEJA Sergio Ruiz Luz que só ele tem condição de disputar a Presidência, em 2026, e vencer.
Diante do fato de que o senhor está inelegível, quem pretende apoiar em 2026, perguntou Ruiz a Bolsonaro. A resposta: “Falam em vários nomes, Tarcísio, Caiado, Zema… O Tarcísio é um baita gestor. Mas eu só falo depois de enterrado. Estou vivo. Com todo o respeito, chance só tenho eu, o resto não tem nome nacional. O candidato sou eu”.
A ideia dessa ala que defende a candidatura do capitão é que Bolsonaro siga os passos de Trump nos Estados Unidos e “enfrente o sistema”. Não há no STF, no entanto, a menor chance de Bolsonaro se tornar elegível.