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Foto: Alejandro Zambrana/SECOM/TSE
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quinta-feira 26 de outubro de 2023 às 10:37h

Aliados de Bolsonaro já preveem nova derrota no TSE

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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já preveem uma nova derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que retoma na manhã desta quinta-feira (26) o julgamento de três ações que apuram o desvio de finalidade e o uso político das comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de Setembro do ano passado.

“Ele deve ser condenado pelo fator má vontade do TSE”, admite um resignado integrante do PL ouvido reservadamente pela equipe da coluna de Malu Gaspar, do O Globo. “Mas vai ser em decorrência de fatores subjetivos e que não estão nos autos.”

Integrantes do PL e o entorno do ex-presidente dizem que o TSE promove uma perseguição política contra Bolsonaro, que viveu às turras com a Corte Eleitoral ao longo dos quatro anos de mandato, insistindo na adoção do voto impresso e lançando suspeitas infundadas contra as urnas eletrônicas.

Foi, aliás, por conta da ofensiva contra as urnas que o plenário do TSE condenou Bolsonaro, em junho deste ano, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Naquele caso, o objeto da ação foi a reunião que Bolsonaro fez com embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar o sistema eletrônico de votação. O julgamento resultou na sua inelegibilidade e no afastamento das eleições até 2030.

Já as ações que serão julgadas nesta quinta-feira apuram se houve abuso de poder político e econômico na utilização das comemorações do Bicentenário da Independência, a um mês da eleição presidencial, como palanque político.

Conforme informou a equipe da coluna, o aumento dos gastos com a tradicional parada militar em Brasília, a presença de tratores conduzidos por apoiadores de Bolsonaro em pleno desfile organizado pelas Forças Armadas e até um depoimento do ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira – que admitiu que os eventos oficiais e de campanha atraíram o mesmo público – são apontados como evidências de que o então presidente tentou aproveitar a data para turbinar a sua fracassada campanha à reeleição, utilizando recursos públicos.

Como Bolsonaro já está inelegível até 2030, se ele for novamente condenado por ilícitos eleitorais, o tempo pelo qual ele tem que ficar afastado da política não muda. Mas a principal aposta de seus adversários é a de que o TSE vai impor, desta vez, ao menos uma multa pesada ao ex-presidente.

“Quero a condenação (de Bolsonaro) por desvio de finalidade, por abuso de poder, mas quero também a imposição da multa, pois é no bolso que vai doer”, disse a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora de duas das ações sob análise agora, que acompanhou o primeiro dia de julgamento. A terceira ação é movida pelo PDT.

Integrantes da Corte Eleitoral ouvidos reservadamente pela equipe da coluna apontam que a dimensão política dos eventos do 7 de Setembro, que atraíram milhares de pessoas em Brasília e no Rio de Janeiro, torna o caso mais grave que o das lives presidenciais gravadas no Palácio da Alvorada – na semana passada, o TSE arquivou duas ações que apuravam o uso das instalações oficiais para a filmagem das lives.

Se além da multa, o TSE também condenar Bolsonaro pelos ilícitos eleitorais, confirmando sua inelegibilidade por abuso de poder, isso também deve trazer dor de cabeça ao PL.

O novo escritório de Jair Bolsonaro

“É como se, ao invés de apenas uma doença, você agora tivesse duas enfermidades para tratar”, disse à coluna outro interlocutor do ex-presidente, em referência à condenação já em vigor por conta da reunião com embaixadores.

A dupla condenação tornaria ainda mais difícil a estratégia bolsonarista de tentar derrubar as condenações no Supremo Tribunal Federal (STF) e fazer com que ele possa disputar as próximas eleições.

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