Interlocutores de Jair Bolsonaro (PL) e de militares investigados pela Polícia Federal têm cobrado segundo a colunist Bela Megale, o tenente-coronel Mauro Cid por informações de sua delação premiada. Eles estão proibidos de se comunicarem diretamente entre si por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
O foco de aliados e auxiliares do ex-presidente e de seus ex-ministros da ala militar é ainda conforme publicação no jornal O Globo, levantar todos os dados possíveis sobre o que Cid relatou no seu último interrogatório na Polícia Federal envolvendo o ex-presidente direta ou indiretamente.
Pessoas ligadas ao ex-ajudante de ordens buscaram tranquilizar Bolsonaro. O recado passado é que, em sua delação, Cid não teria envolvido diretamente o ex-presidente e nem chegaria a mencionar palavras como “golpe de Estado”.
A mensagem dividiu Bolsonaro e militares investigado. Uma parte ainda acredita que Cid poupou o ex-presidente e, outra, avalia que o tenente-coronel o colocou como figura central no plano de golpe.
Na semana passada, interlocutores de Cid chegaram a avisar aliados de Bolsonaro que o ex-ajudante de ordens pediria acesso a todos os vídeos dos interrogatórios de sua delação. O argumento era de que Cid teria se queixado de algumas transcrições de suas falas. A solicitação foi feita, mas a PF não deve fornecer o material.
A investigação da PF deixou evidente que o ex-ajudante de ordens detalhou a atuação de ex-chefe, de integrantes do núcleo duro do governo Bolsonaro e militares na trama golpista apurada no inquérito policial. Além disso, outros militares, como os ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Junior, colocaram Bolsonaro no centro da ofensiva golpista, em seus depoimentos tornados públicos semana passada.
Cid confirmou todas reuniões mapeadas pela PF nas quais o golpe foi o tema discutido. A efetividade da colaboração do tenente-coronel é uma das condições para a delação de Mauro Cid seguir válida.
Segundo pessoas ligadas ao ex-ajudante de, ele tem mostrado insatisfação com a exposição das informações e passou a culpar seu advogado, Cezar Bitencourt. Familiares de Cid afirmam que, hoje, o que prende o militar ao seu advogado é a alta dívida que acumula e que é paga em parcelas até fevereiro do ano que vem.