A data escolhida pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Sigurd Bengtsson, para o julgamento que pode terminar na cassação de Sergio Moro estabeleceu um calendário que impedirá segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folhapress, que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, participe de qualquer análise posterior sobre o caso quando ele chegar à corte de Brasília.
O julgamento de Moro no Paraná começa no dia 1º de abril e termina no dia 8. Qualquer que seja o veredicto, a parte derrotada recorrerá ao TSE.
Antes disso, ainda de acordo com Bergamo, devem ser apresentados recursos ao próprio TRE-PR. E a previsão é a de que eles levem mais de um mês para ser analisados.
Com isso, o recurso a Brasília só deve ser apresentado ao TSE no fim de maio —quando Alexandre de Moraes já estará se despedindo da corte.
O magistrado deixará a presidência e o próprio tribunal no dia 3 de junho, quando completa quatro anos na Corte.
Quando Alexandre de Moraes sair do tribunal, a ministra Cármen Lúcia, hoje vice, assume a presidência. O ministro André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF), entra na vaga deixada por ele.
Advogados que acompanham de perto a tramitação do caso acreditam que o cenário para Moro pode ser, portanto, mais favorável em Brasília do que se o caso chegasse ao TSE antes das mudanças na composição da Corte.
Outra particularidade: caso Moro seja cassado, seu substituto terá que concorrer às eleições em meio ao pleito que escolherá prefeitos e vereadores no Paraná.