O ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mandou conforme Ricardo Chapola, da Veja, a Polícia Federal incluir o nome do jornalista Oswaldo Eustáquio, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na lista de difusão vermelha da Interpol – relação de pessoas procuradas pela Justiça.
Eustáquio deixou o Brasil logo após as eleições do ano passado, com receio de ser preso novamente. O jornalista é investigado pelo STF no inquérito que apura os atos antidemocráticos. Desde o fim do ano passado, Eustáquio diz ter buscado exílio em em 8 países. Durante esse período, o jornalista grava vídeos mostrando sua rotina dormindo em albergues. Com as contas bancárias bloqueadas pelo Supremo, Eustáquio tem feito apelos com a ajuda dos três filhos com o objetivo de criticar as decisões de Moraes e pedir doações via PIX.
“Faço um apelo às organizações internacionais de defesa da criança e do adolescente para pedirem a liberação da minha conta. Eu não tenho nada a ver com isso. É um pedido de socorro para que eu possa ter uma vida normal. Eu e meus irmãos não poderemos ir à escola e vamos ter que doar nossos cachorrinhos caso esse apelo não seja atendido. Nos ajude através desse novo Pix”, diz Mariana Eustáquio, uma das filhas do jornalista em vídeos que a família passou a compartilhar pelas redes sociais.
O ofício, que está anexado ao inquérito sigiloso do Supremo, chegou ao poder da cúpula da PF no dia 7 de julho. Até o momento, o nome de Eustáquio não apareceu na lista de difusão vermelha da Interpol. Em nota, a defesa do jornalista, o advogado Ricardo Freire Vasconcellos, informou que vai recorrer da decisão de Moraes.
“O IIPEP (Instituto Internacional de Defesa de Presos e Exilados Políticos) vai enviar um ofício a Interpol pedindo a não inclusão do nome de Eustáquio no alerta vermelho com base no artigo que veda a inclusão de nomes por perseguição política. Oswaldo é um refugiado político por perseguição”, escreveu.