Passava das 22h desta sexta-feira quando Jair Bolsonaro e outros investigados por tentativa de golpe de Estado foram notificados da decisão do ministro Alexandre de Moraes. O relator das investigações no STF proibiu a participação deles em “cerimônias, festas ou homenagens realizadas no Ministério da Defesa, na Marinha, na Aeronáutica, no Exército e nas Polícias Militares”.
Ao tomarem conhecimento da decisão de cinco páginas, os aliados do ex-presidente enxergaram no texto um aparente “caminho sem volta” nas investigações no STF. A julgar pelo que foi escrito por Moraes, a condenação de Bolsonaro já está decidida. O diagnóstico dos aliados está amparado num trecho da decisão de Moraes:
“Os elementos probatórios colhidos nos autos trazem vasto relato de complexa e coordenada atuação de organização criminosa, direcionada a propósito que inviabilizaria a manutenção do arranjo político do país, por meio da adoção de medidas que estipulavam estratégias de subversão da ordem jurídico-constitucional e adoção de medidas extremas que culminaram na decretação de um Golpe de Estado, a ser consumado mediante atuação das Forças Armadas, tudo a fim de assegurar a permanência no poder do então presidente Jair Messias Bolsonaro”, diz Moraes.
A investigação sobre o golpismo está na Polícia Federal. Segundo investigadores, o trabalho ainda vai durar alguns meses até que um relatório seja entregue a Moraes. Depois disso, será a vez de a PGR analisar o trabalho para decidir se denuncia os alvos ao STF, para que sejam processados e, eventualmente, condenados. A decisão de Moraes, na avaliação de aliados, já deixou evidente qual será o destino dos alvos.