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quinta-feira 6 de junho de 2024 às 06:27h

Alemanha deve se preparar para guerra, diz ministro

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Chefe da pasta de Defesa afirma que país deve estar pronto para pior cenário diante de ameaça de conflito militar na Europa e volta a defender plano de reintroduzir, ao menos parcialmente, o serviço militar obrigatório. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, disse nesta última quarta-feira (5) – durante uma sessão no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão – que é necessário fortalecer as capacidades operacionais das Forças Armadas do país, para que estejam preparadas para uma possível guerra até 2029, para a qual é essencial garantir finanças, material e pessoal.

“Precisamos estar prontos para a guerra até 2029”, disse Pistorius. “Devemos agir como um elemento dissuasório, para evitar que o pior aconteça”, enfatizou. “No caso de uma emergência, precisamos de homens e mulheres jovens que possam defender este país”, disse ele. Por esse motivo, ele afirma ser necessário reformular o serviço militar, que é voluntário.

A Alemanha suspendeu o serviço militar obrigatório em 2011. Cerca de metade dos cidadãos alemães é a favor de sua reintrodução, de acordo com uma pesquisa realizada em março pelo instituto de pesquisa Forsa.

Pistorius defendeu a criação de “uma nova forma de serviço militar”, que “não pode ser totalmente livre de obrigações”, ou seja, não pode ser totalmente voluntário.

Anteriormente, o ministro da Defesa havia indicado seu interesse em reintroduzir o serviço militar obrigatório, pelo menos parcialmente, para garantir um contingente militar de acordo com as necessidades atuais de defesa.

“Não e não”

Pistorius apresentará ao Parlamento seu plano para a reformulação do serviço militar na próxima semana. Apesar de uma campanha pelas mídias incentivando o alistamento, em 2023 o número de integrantes das Forças Armadas caiu novamente.

No final de fevereiro, a Alemanha tinha 181,8 mil soldados à disposição. O número, que já chegou próximo dos 500 mil nos anos 1970 e 1980, vem caindo desde o início dos anos 1990, tendência agravada pelo fim do serviço militar compulsório em 2011. Segundo o ministro, até 2031 esse contingente deve chegar a pelo menos 203 mil.

Para isso, o ministro está tentando experimentar novas formas de atrair pessoal, especialmente à luz da guerra de agressão russa na Ucrânia.

O ministro da Defesa também reiterou que a Alemanha não enviará soldados para a Ucrânia, em resposta a uma pergunta do deputado do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), Rüdiger Lucassen, sobre as considerações do governo francês a respeito do envio de instrutores franceses para a Ucrânia. Até mesmo o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que não descarta o envio de tropas. “As respostas às suas perguntas são: não e não”, enfatizou Pistorius.

Scholz pede cooperação europeia na produção de armas

Também em discurso na quarta-feira, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, prometeu que seu governo apoiará o setor de defesa e pediu uma cooperação mais estreita entre os produtores na Europa.

“Hoje, vemos mais claramente do que nunca como é importante ter um setor de defesa europeu e alemão que possa produzir continuamente todos os principais tipos de armas e a munição necessária” disse ele aos delegados na abertura da Exposição Aeroespacial Internacional em Berlim.

“O ataque da Rússia à Ucrânia, violando a lei internacional, apresentou a toda a Alemanha uma nova realidade de política de segurança”, afirmou.

No evento, Scholz anunciou que a Alemanha compraria mais 20 jatos Eurofighter da Airbus para ajudar a reforçar suas defesas.

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