Em 12 de setembro de 2020, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, enviou a Jair Bolsonaro uma carta oferecendo sua vacina. No texto, conforme o site O Antagonista, ele diz que a farmacêutica acabara de fechar contrato com os EUA e que queria priorizar, na sequência, o Brasil. Mas pediu celeridade.
“Quero fazer todos os esforços possíveis para garantir que doses de nossa futura vacina sejam reservadas para a população brasileira, porém celeridade é crucial devido à alta demanda de outros países e ao número limitado de doses em 2020”, escreveu.
O documento foi encaminhado também ao vice-presidente, Hamilton Mourão, e aos ministros Eduardo Pazuello, Paulo Guedes e Braga Netto. O embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Foster, recebeu uma cópia.
Não houve resposta.
Em seu depoimento à CPI da Covid, Fabio Wajngarten disse que foi informado da carta dois meses depois, por meio do dono da Rede TV, Marcelo de Carvalho — uma apresentadora do canal é casada com funcionário da Pfizer. Foi quando o secretário de Comunicação entrou em cena.
Wajngarten entregou o documento à comissão. Senadores ouvidos por O Antagonista acreditam em “omissão geral e deliberada” da cúpula do governo e avaliam convocar todos os citados.
Confira os principais trechos: