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Foto: Leonardo Papini/ Divulgação
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quinta-feira 3 de novembro de 2022 às 15:04h

Aleixo Belov e equipe chegam a Salvador após atravessar a temida Passagem Noroeste

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Depois de percorrer 20.000 milhas náuticas, passando pelos oceanos Atlântico, Pacífico e Ártico, o velejador Aleixo Belov, 79 anos, e sua equipe retornam ao ponto de partida da expedição, em Salvador. A chegada da tripulação, que é a primeira brasileira a fazer a travessia completa pela temida Passagem Noroeste, acontecerá no próximo sábado, 12/11, por volta das 10h, na escadaria do Comando do 2° Distrito Naval da Marinha do Brasil, no bairro do Comércio. O local é o mesmo usado por Belov para as partidas e chegadas das viagens continentais, inclusive as três voltas ao mundo que realizou em solitário a bordo do veleiro Três Marias.

A cerimônia de retorno, que será aberta ao público em geral que admira Belov, contará com a participação também de familiares, amigos e de autoridades da Marinha, como o vice-Almirante Humberto Caldas Silveira Junior e o Capitão dos Portos da Bahia, Capitão de Mar e Guerra Paulo Rafael Ribeiro Gonzalez. A Banda de Música do Comando do 2º Distrito Naval também se apresentará no dia, celebrando o desembarque da tribulação em solo soteropolitano.

Expedição

A jornada a bordo do veleiro Fraternidade teve início em 5 de fevereiro deste ano, quando saiu da capital baiana. Desde então, a tripulação passou por Natal, no Rio Grande do Norte, no litoral brasileiro, e pelo Caribe, Panamá, Havaí, Canadá, Alaska, Groelândia e no arquipélago de Açores, um território autônomo de Portugal, antes de retornar às águas brasileiras. Já aqui no Brasil, a embarcação ficará alguns dias em Natal para trâmites legais de retorno ao país, vindo, em seguida, para a Bahia.

Ao longo da viagem, a equipe superou desafios, como os ventos fortes entre Panamá e Havaí, além dos riscos de colisão com os grandes navios na passagem pelo canal que liga o Atlântico ao Pacífico, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. “Tudo tremia (com o vento) e metia medo que os panos não aguentassem e fomos obrigados a apelar para os rizos (redução de vela). Estávamos meio esquecidos desta manobra, mas deu tudo certo. A maior preocupação era com os navios, para evitar que um deles passasse por cima da gente”, relatou o comandante.

Belov ainda narrou sobre outras adversidades ao chegar às águas geladas do Ártico: “Saímos bem, atravessamos o Estreito de Bering, vendo, ao mesmo tempo, o Alaska por boreste e a Sibéria por bombordo. Já sabíamos que lá na frente, em Barrow, estava tudo fechado de gelo, mas fomos seguindo, confiando que o gelo ia terminar por derreter. Durante a última semana (no início de agosto), vínhamos pegando a carta de gelo pela internet e o degelo estava avançando. Mas, para nossa surpresa, depois que saímos, o degelo deu um retrocesso. O vento norte empurrou o gelo para o sul e piorou ainda mais o que já não estava bom”.

Ele acrescentou que, em determinados momentos, o veleiro teve que ficar preso a um bloco de gelo à deriva, esperando uma brecha no mar congelado para seguir adiante, o que, felizmente, aconteceu, possibilitando que o desafio de atravessar a Passagem Noroeste fosse alcançado, com sucesso, em setembro deste ano.

Encontros

Para além dos obstáculos, a expedição também foi marcada por grandes encontros. Um deles foi com os velejadores paulista Beto Pandiani e o franco-brasileiro Igor Bely, em um povoado de Cambridge Bay, no extremo norte do Canadá. A reunião resultou em um belo momento de confraternização no Fraternidade, onde a equipe recebeu a brasileira Juliana, casada com o chefe de polícia montada na região. “Nunca tivemos tantos brasileiros juntos. A gente já fez não sei quantas festas”, celebrou Belov, à época.

Tripulação

A expedição saiu de Salvador com uma tripulação composta pelo marinheiro Osvaldino Dórea (Lito), a oceanógrafa Larissa Nogueira, o fotógrafo Leonardo Papini e a estudante Ellen Brito, além do mecânico Hermann Brinker e do engenheiro civil Maurício Pitangueiras. Ao longo da viagem, alguns desembarcaram, dando espaço para que outros aventureiros pudessem participar da jornada, como o navegador argentino Igor Stelli, a terapeuta Ialda Stelli, o médico Fábio Tozzi, o empresário Antônio Barreto, o engenheiro Dilson Assumpção, o velejador Alberico Fabrício Soares e a estudante de oceanografia alemã Luísa Steckhan.

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