Em sua segunda semana como presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) resolveu trocar o comando da Polícia Legislativa que atua na Casa.
Pedro Ricardo Araújo Carvalho, homem de confiança do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e também próximo ao ex-presidente José Sarney (MDB-AP), foi dispensado nesta segunda-feira (11) do cargo de diretor da Secretaria de Polícia do Senado Federal. No lugar dele entra Alessandro Morales Martins, que já atua na Polícia Legislativa.
“O diretor da Polícia Legislativa é um cargo de confiança do presidente e achei por bem fazermos uma oxigenação na gestão, especialmente na Polícia do Senado”, afirmou Davi.
Indagado se havia pesado para a decisão o fato de Pedro Ricardo, conhecido no Senado como Pedrão, ser ligado ao MDB, ele negou.
“Pesou o fato de o DEM, aliado a todos os outros partidos, entender que precisávamos mudar a gestão do Senado Federal”, declarou.
Davi derrotou Renan na eleição para presidente do Senado e determinou abertura de investigação para apurar suspeita de fraude na disputa. Na primeira votação, foram registrados 82 votos, apesar de haver apenas 81 senadores. O caso está sendo apurado pela corregedoria da Casa.
Em 2016, Pedrão, que é servidor desde 1993, foi um dos alvos da Operação Métis, da Polícia Federal, que visava desarticular uma suposta organização criminosa que tentava atrapalhar investigações da Lava Jato.
Além de Pedro Ricardo, outros três policiais legislativos foram presos provisoriamente.
À época, a Folha de S.Paulo apurou que a investigação nasceu a partir de informações fornecidas à PF, no âmbito do STF, por um policial legislativo.
Ele contou que estavam sendo feitas varreduras eletrônicas anti-grampo telefônico em endereços fora do Senado. Pelas normas da Casa, as varreduras podem ser feitas nas dependências do Senado.
Em 2006, a Polícia do Senado foi acusada de sabotar a Operação Mão-de-Obra, que desbaratou uma quadrilha que fraudava contratos milionários de terceirização na Casa.
Na época, o Ministério Público Federal protestou contra uma possível intervenção do Senado para retirar documentos na madrugada de 15 de julho daquele ano e, depois, esconder as câmeras de vigilância. As gravações do circuito interno jamais apareceram.