O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin foi oficializado candidato à Presidência da República neste sábado (4) em convenção na nacional do PSDB, ao lado de sua candidata a vice, senadora Ana Amélia (PP).
Alckmin teve sua candidatura homologada por 288 votos a favor, 1 abstenção e 1 voto contra após conquistar apoio do centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD) e de PSD, PTB e PPS, maior arco de aliança entre os presidenciáveis.
Até chegar no ato deste sábado, o tucano teve que enfrentar meses de crise partidária e desempenho decepcionante em pesquisas.
Lidou com a pressão de correligionários para substituí-lo, o deboche de adversários à esquerda e à direita e o desânimo de sua própria equipe.
Agora, tem cerca de 40% do tempo de televisão e capilaridade partidária, o que reverteu o clima de abatimento que assombrava seu entorno. Mas Alckmin agora tem outra dificuldade: o peso da aliança com partidos conhecidos pelo fisiologismo e lideranças envolvidas em diversos esquemas de corrupção.
O tema também atinge o candidato e a sua legenda, o que esvazia o discurso que sustenta contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, e o PT, adversário histórico do PSDB.
Sobre Alckmin pesam suspeitas de caixa dois em campanhas, o que ele nega. Além dele, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que não confirmou presença no ato, é réu acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça na Operação Patmos, da Polícia Federal. Aécio foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, pedindo a quantia de R$ 2 milhões. O senador nega qualquer irregularidade.Outra questão a resolver é dissociar sua imagem da do governo Michel Temer. O emedebista chegou ao poder com apoio dos tucanos, fiadores do impeachment de Dilma Rousseff (PT), e o PSDB ocupou ministérios importantes.
Temer também contribuiu indiretamente para a campanha de Geraldo Alckmin ao ameaçar tomar cargos de integrantes do governo que apoiassem a candidatura de Ciro Gomes (PDT), o que pesou na decisão do centrão de se aliar ao tucano.
Paulista de Pindamonhangaba, Alckmin vai para a disputa aos 65 anos. É médico anestesista, já foi vereador e prefeito em sua cidade natal. Foi deputado estadual e federal. Depois, governou São Paulo por quatro vezes.Alckmin foi escolhido candidato do PSDB à Presidência sob constante ameaça de seu apadrinhado político João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo que disputará o governo do estado.
Durante toda a pré-campanha, patinou nas pesquisas, alcançando, no máximo, 7% das intenções de voto. A essa dificuldade sempre respondeu que a campanha ainda não havia começado e que o cenário mudaria com o início da propaganda na TV.