É crítica a situação de Luiz Eduardo Ramos no Planalto. Os ataques abertos do ministro Ricardo Salles ao general da Secretaria de Governo são apenas uma parte da crise que ronda o gabinete de Ramos.
Nos últimos dias, Ramos entrou em atrito com outros ministros graúdos do governo por fazer pressão para empregar indicados políticos de parlamentares em cargos na Esplanada.
A situação, além de provocar reclamações diretas dos ministros contra Ramos, mexeu com a base política de Bolsonaro no Congresso. A operação de Ramos para manter o toma lá dá cá de cargos não teria sido combinada com o líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros.
No palácio, segundo a coluna Radar, o que se diz é que Ramos teme perder espaço para Barros e por isso atua pelas contas dos líderes do Parlamento.
A relação anda tão complicada que os aliados de Bolsonaro já levaram ao Planalto um nome para substituir Ramos. O presidente do TCU, José Múcio Monteiro, que tem a amizade e admiração de Bolsonaro é o escolhido.
Ramos só não rodou até agora por sorte. É que Múcio, numa conversa recente com Bolsonaro, disse ao presidente que não poderia aceitar a oferta de emprego, já que decidiu sair da vida pública ao se aposentar no fim do ano.
“Nesse ministério você só produz uma coisa: uma coleção de ex-amigos”, disse Múcio a um amigo.
A operação para demitir Ramos, no entanto, continua. Será que Bolsonaro vai rifar o general?