Uma sessão especial realizada no Plenário Orlando Spínola, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), marcou o início das comemorações pela passagem do Dia do Soldado, festejado anualmente em 25 de agosto. A data é uma referência ao nascimento do marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, considerado o patrono do Exército brasileiro.
A solenidade foi conduzida pelo presidente da ALBA, deputado Adolfo Menezes, autor da proposição para realização da sessão. Em seu discurso, o chefe do Legislativo destacou a importância de se festejar a data comemorativa no ciclo de festividades dos 200 anos da Independência do Brasil na Bahia. “Aliás, como dizem grandes historiadores, o 2 de Julho é o real dia da Independência do Brasil. Foi nesta data que, aqui na Bahia, as forças portuguesas foram derrotadas e os últimos soldados foram expulsos”, rememorou o presidente.
Adolfo Menezes ainda descreveu a participação de Caxias na batalha que resultou na derrota das forças portuguesas durante as lutas em terras baianas. Ao lado do tio, o coronel José Joaquim de Lima e Silva, Luís Alves de Lima e Silva foi um dos comandantes do batalhão do império e lutou em, pelo menos três ataques contra posições das forças de Portugal ao redor da cidade de Salvador. “Caxias, ao lado do pai e tios nascidos no Brasil, tornou-se um entusiasta da causa da independência, um anseio popular generalizado”, frisou Adolfo Menezes.
O presidente da ALBA também desejou que a figura de Luís Alves de Lima e Silva sirva de inspiração para os mais de 5 mil militares da 6ª Região Militar, comando que engloba 15 organizações do Exército na Bahia, além dos 16 tiros de guerra no estado.
O chefe do Legislativo também enfatizou sua confiança nos soldados para a manutenção da paz, da democracia e da liberdade do povo brasileiro. Ele ainda externou seu sentimento de ser um soldado a serviço da Bahia e do Brasil. “Incorporei um princípio ditado pelo Duque de Caxias para a minha vida política: ‘A minha espada não tem partido’. Por isso, com meus 62 pares nesta Casa, sou como um soldado de Caxias: defensor intransigente do diálogo e partidário da democracia, em defesa da vida e dos interesses do Brasil e da Bahia”, discursou.
Trajetória
O segundo momento da sessão especial foi marcado pela fala do comandante da 6ª Região Militar, general de divisão Marcelo Arantes Guedon, que enalteceu a trajetória do Duque de Caxias em suas diversas missões em defesa do Brasil. Ele elogiou o discurso do presidente Adolfo Menezes por destacar a história do patrono do Exército e também agradeceu pela homenagem. “Para nossa corporação, a figura do patrono é muito importante. Ter um patrono é sinônimo de ter um exemplo a ser seguido. O Exército tem muitos outros patronos. Na Bahia, gosto de destacar, temos o caso de Maria Quitéria, que tão importante é para os baianos, se tornou uma patrona do quadro complementar dos oficiais”, explicou.
Ao rememorar a história de Duque de Caxias, Guedon relatou que o patrono do Exército, integrante de uma família de militares, entrou para a corporação aos 15 anos e concluiu a formação por volta dos 20 anos de idade. “A participação na guerra da independência na Bahia rendeu a Luís Alves de Lima e Silva um dos títulos que ele mais prezava ao longo da sua vida: o de veterano da independência”, mencionou.
Depois da luta em solo baiano, o militar foi integrar a campanha da Guerra da Cisplatina e, posteriormente, participou de batalhas internas no país consideradas difíceis. Entre as revoltas que ele ajudou a combater está a Balaiada, no Maranhão, e a pacificação de movimentos que surgiram nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Depois disso, já considerado um pacificador, foi liderar o combate à Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul, um conflito que se arrastava há sete anos. Devido a esta atuação, apontou o general Guedon, Caxias foi comandar as operações na Guerra do Prata, conhecida como Oribe e Rosas. Com a Guerra do Paraguai, ele foi nomeado comandante-chefe das forças do império em operação no país vizinho. O patrono faleceu em 7 de maio de 1880 em Valença, no estado do Rio de Janeiro.
“Caxias, para nós, oficiais do Exército brasileiro, subtenentes, sargentos, cabos e soldados, é uma referência fundamental. Cadetes quando ingressam na Academia Militar das Agulhas Negras, em seu primeiro ano, recebem uma miniatura da espada invicta de Caxias”, exemplificou o general Guedon.
Por fim, o comandante da 6ª Região Militar destacou o papel do Exército brasileiro no desenvolvimento nacional com obras de engenharia, desenvolvimento de materiais de emprego militar e sua contribuição com a ciência, citando como exemplo as ações de vacinação.
A solenidade teve a mesa de honra formada por diversas autoridades e personalidades ligadas ao Exército: o ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional e ex-comandante da 6ª Região Militar, general do Exército José Elito Carvalho; o ex-chefe do ComandoMilitar do Nordeste e ex-comandante da 6ª Região Militar, general do Exército Artur Costa Moura; o comandante da 6ª Região Militar, general de divisão Marcelo Arantes Guedon; o comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Antônio Carlos Cambra; desembargador Baltazar Miranda Saraiva, representando o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Nilson Soares Castelo Branco; o chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública, Nelson Gaspar Álvares Pires Neto, representando o secretário Marcelo Werner; o desembargador eleitoral José Batista de Santana Júnior, representando o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), Roberto Maynard Frank; o advogado Henrique Trindade; o comandante do Policiamento Regional Central, coronel Sérgio Simões, representando o chefe da Polícia Militar da Bahia, coronel PM Paulo Coutinho; o comandante de operações, coronel PM Jadson, representando o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Adson Marchesini; o chefe da seção médica da Base Aérea de Salvador, major Leandro, representando o comandante coronel aviador Vinícius Guimarães Nogueira; a coordenadora do Núcleo de Atuação Estratégica, defensora Mônica Aragão, que representou a defensora pública geral Firmiane Venâncio; e o superintendente estadual da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Isaac Figueira Miranda.