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sábado 5 de outubro de 2019 às 12:21h

AL-BA realiza sessão especial para celebrar Dia do Rio São Francisco

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O Dia do Rio São Francisco, celebrado em 4 de outubro, foi tema de sessão especial realizada na manhã desta sexta-feira (4) no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Proposta pela deputada Jusmari Oliveira (PSD), a cerimônia, que marcou o aniversário de 518 anos do descobrimento do rio, por Américo Vespúcio, e que discutiu a necessidade de recuperá-lo em suas nascentes, afluentes e no curso assoreado, contou, na Mesa de Honra, com a presença do senador Otto Alencar, do deputado federal Otto Alencar Filho, da deputada Ivana Bastos (PSD) e outras autoridades. Também prestigiaram o evento a deputada Fátima Nunes (PT) e o deputado Diego Coronel (PSD).

Diante de um plenário lotado, Jusmari destacou que estavam todos ali unidos no desejo de empreender esforços para salvar o Velho Chico, chamado de Rio da Integração Nacional, por suas águas cortarem e abastecerem regiões e estados do Brasil. “Ele integrou e integra, pois une as regiões e os povos que estão à beira dele”, afirmou a parlamentar, que ainda lembrou a pujança de suas águas em tempos passados em contraste com os dias atuais: “Hoje, quando olhamos o São Francisco, vemos que ele definha, perdeu a sua grandeza”.

Homenageado com uma placa da AL-BA por seu reconhecido trabalho em defesa do Rio São Francisco, o senador Otto Alencar foi enfático ao afirmar que “os estados receptores da transposição têm que entender que só haverá água para suprimento humano se houver revitalização”. Ele atestou a sua declaração citando a gravidade do assoreamento do São Francisco e de seus afluentes, muitos deles em estado degradável ou extintos. Segundo Alencar, dos 90 afluentes do São Francisco, 12 estão mortos.

Otto narrou a trajetória das águas, desde o nascedouro do rio na Serra da Canastra, a 1.280 metros, até chegar à Bahia, onde recebe, nos dias atuais, as águas de apenas três afluentes. Lembrou que a Bacia do São Francisco recebe anualmente 28 milhões de toneladas de sedimentos, o que está impedindo o fluxo das águas em trechos em que, por exemplo, a inclinação do rio, na Bahia, é de apenas 6 centímetros. “O rio é grande, mas a quantidade de sedimentos que está entrando vai levar à destruição dele. A hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais, está com 40% do seu reservatório reduzida pelos sedimentos”, lamentou.

Por fim, o senador disse que “foram investidos 12 bilhões na transposição e nenhum centavo em revitalização” e que sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro que decretasse estado de emergência da Bacia do Rio São Francisco, mas que, não somente este, como outros governos, desde Juscelino Kubitschek, não deram atenção ao grave problema. Como resultado do descaso, ele declarou que quem viu o rio vivo, forte, hoje o vê agonizante. “É uma grande obra da natureza, obra de Deus, que está definhando”, concluiu.

Além dos citados, integraram a mesa Eures Ribeiro, prefeito de Bom Jesus da Lapa e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB); José Gomes de Souza Filho, o presidente da Comissão Especial de Proteção ao Rio São Francisco da OAB-BA; Larissa Caires, da Secretaria estadual do Meio Ambiente (Sema); Pricila Martinez, da Companhia de Desenvolvimento do Vales do São Francisco (Codevasf); e o professor Tadeu Bergamo, da Universidade Federal do vale do São Francisco (Univasf).

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