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A concorrida sessão especial foi proposta pela deputada Olívia Santana (PC do B), que elogiou na trajetória da nova cidadã baiana Foto: Juliana Andrade/Agência AL-BA
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sexta-feira 25 de agosto de 2023 às 16:26h

AL-BA presta homenagem a Maria Luisa Soliani, reitora da Escola Bahiana de Medicina

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A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) concedeu nesta sexta-feira (25), em concorrida sessão especial, o Título de Cidadã Baiana à médica, professora e reitora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Maria Luisa Carvalho Soliani. A honraria foi uma proposição da deputada Olívia Santana (PC do B), que justificou a iniciativa em um longo discurso, onde descreveu a trajetória da psiquiatra paulistana, nascida no bairro do Ipiranga, na capital paulista, em 21 de abril de 1949, uma data de importância histórica no Brasil pela celebração do Dia de Tiradentes.

Acompanhada dos netos e ao som da música “Você já foi à Bahia”, com o Grupo Anarkas, a homenageada foi recebida com aplausos por médicos, professores, alunos, funcionários, autoridades e representantes de várias instituições de ensino da área de saúde que lotaram o Plenário Orlando Spínola. A parlamentar comunista lembrou que Maria Luisa se formou em 1973 na Faculdade de Medicina de Sorocaba, e concluiu em 1980 o curso de Psicodrama, pela Sociedade Brasileira de Psicodrama da Bahia. Segundo a legisladora, foi neste período, já mãe de dois filhos, que a médica escolheu a Bahia como seu segundo lar, atuando em Salvador por 30 anos como terapeuta psicodramatista. Maria Luisa Carvalho Soliani ingressou na Escola Bahiana de Medicina em 1978 e até 1996 passou pelas funções de auxiliar de ensino, professora-assistente e professora-adjunta, perfazendo um caminho de 45 anos de intensa contribuição nas áreas da docência e da gestão.

A deputada destacou ainda que em 2008, após a morte de Dr. Humberto de Castro Lima, companheiro de vida e profissão com quem teve seu terceiro filho, a professora Maria Luisa assumiu a presidência do Conselho Deliberativo da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências (FBDC), mantenedora da Escola Bahiana de Medicina. Durante os mais de 70 anos da instituição de ensino superior, frisou a presidente da Comissão de Educação da ALBA, a atual reitora foi a primeira mulher a ocupar este cargo, sempre buscando priorizar a força de trabalho feminina. “50 % do quadro de colaboradores são mulheres, lecionam na instituição 315 mulheres, e de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), a Escola Bahiana de Medicina ocupa o 1º lugar no ranking de representatividade de mulheres entre professores do Brasil”, anunciou a proponente da sessão.

Merecimento

Satisfeita por exaltar a consistente carreira da professora, a deputada Olívia Santana disse que a magnífica reitora, que também integra a Academia Bahiana de Medicina, é uma mulher amante das artes, gestora premiada, visionária, empreendedora e ativista social. “Agora, por concessão da Assembleia Legislativa da Bahia, Maria Luisa Carvalho Soliani foi consagrada cidadã baiana, baiana de corpo, alma e papel passado. Pelo seu trabalho de acolhimento a todos, sem distinção, é com muito prazer e orgulho que entregamos este título, com muito merecimento a uma mulher de luta, comprometida com a democracia”, enfatizou.

Durante a sessão especial, foram exibidos vídeos com depoimentos de amigos, parentes e profissionais de saúde que conviveram com a reitora Maria Luisa. Na tribuna, diversos oradores enalteceram as qualidades da homenageada. Dentre eles, o médico e cientista, Bernardo Galvão; a enfermeira e ex-vereadora de Salvador, Aladilce Souza; a diretora da Bahiafarma, Ceuci Nunes; o diretor da Faculdade Bahiana de Medicina, Antonio Alberto Lopes; o presidente da Academia de Medicina da Bahia, Cesar de Araújo Neto; e o subsecretário de Saúde do Estado da Bahia, Paulo José Bastos Barbosa. Quem também discursou, cheio de admiração e amor, foi o filho da Dra. Maria Luisa, o vice-reitor da Escola Bahiana de Medicina, Humberto de Castro Lima Filho. “É um privilégio nascer na Bahia, mas há baianos que nascem em outros lugares. Para essas pessoas, só a Terra da Bahia permite que suas raízes cresçam, se espalhem e transformem-se em árvores bonitas, e poderosas, com frutos férteis. Ando sobre a terra e vivo sob o sol. Eu balanço, eu balanço, vem me regar, vem me regar, mãe Maria Luisa”, declamou o médico neurologista, citando os versos do reggae do cantor Edson Gomes.

Susto

Um outro momento marcante da sessão foi proporcionado pela neta Luana que, aos prantos, cantou um trecho de uma música da dupla Anavitória. Já com o certificado em mãos, conferindo-lhe a honraria, a mais nova cidadã baiana agradeceu a todos que contribuíram para a homenagem da Casa Legislativa, revelando que tomou um susto quando soube da aprovação, mas sentiu seu coração feliz e emocionado pela honraria. A professora lembrou que vive há 48 anos na Bahia, tendo passado 2/3 da sua existência aqui, com os filhos, netos e amigos, lugar onde também teve seu primeiro emprego, no Sanatório Ana Nery, na Lapinha. Ao longo do tempo, disse a reitora, “a Bahia foi entrando em mim, sem que eu percebesse, me fazendo querer morar na Ribeira, ter uma casinha na beira do Paraguaçu, em Cachoeira, viver em Igatu, no meio das pedras, das cachoeiras, das histórias de coronéis e garimpeiros”.

A professora Maria Luisa Soliani garantiu que, mesmo sem saber direito ainda se merece a homenagem, aceita com grande alegria este Título de Cidadã Baiana, porque já é baiana desde que “farol passou a ser sinaleira, mosquito virou muriçoca, estepe se chama socorro e reunião agendada para 8 h só começa às 8h30. E sem calundu”. No final de seu pronunciamento, sendo escutada com muita atenção pela plateia, ela demonstrou gratidão a todos que ajudaram e continuam ajudando na construção de um mundo melhor. “Contei aos senhores e senhoras sobre uma história de 48 anos de uma baianidade que temia não ser aceita ou não ser legítima. Mas isso acabou. De hoje em diante, quando me fizerem aquela pergunta inevitável: De onde você é? Vou responder com um sorriso largo, com um certo ar de superioridade e sem pestanejar dizer ‘Deus me livre de não ser baiana’”, encerrou a reitora.

Além das pessoas citadas, compuseram a mesa a defensora pública Mônica Aragão; a diretora do Teatro Castro Alves, Rose Lima; o decano do Conselho Regional de Medicina-Cremeb-BA, Jorge Cerqueira; e o diretor médico do Hospital Geral do Estado, Marcos Almeida.

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