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Papa Francisco deixa hospital após tratamento para bronquite AFP
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sábado 1 de abril de 2023 às 07:30h

‘Ainda estou vivo’, diz Papa ao ter alta do hospital

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O Papa Francisco, de 86 anos, recebeu alta este sábado do hospital romano onde esteve internado durante três dias devido a uma bronquite.

“Ainda estou vivo”, disse o Pontífice argentino aos fiéis e aos jornalistas reunidos em frente ao hospital Gemelli, em Roma. O Papa saiu do carro para cumprimentá-los, antes de seguir para o Vaticano.

O papa, de 86 anos, foi levado ao hospital Gemelli, em Roma, três dias atrás, depois de reclamar de dificuldades respiratórias. Ele respondeu bem a uma infusão de antibióticos, disse sua equipe médica.

Em um comunicado dias anteriores, o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, disse que como a alta hospitalar do Papa, sua presença na Praça de São Pedro para a celebração eucarística do Domingo de Ramos está “prevista”. A missa abre as celebrações da Semana Santa, que tem como ponto máximo o Domingo de Páscoa, a data mais importante do cristianismo.

Não está claro, contudo, qual será o envolvimento do ocupante do Trono de São Pedro na cerimônia, e a Santa Sé não disse explicitamente que ele seria o celebrante. Em uma entrevista à agência de notícia italiana Adnkronos, o cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais, disse que o Pontífice estará acompanhado no domingo de um cardeal que ficará encarregado dos deveres no altar.

Saúde frágil

O Papa Francisco foi internado na quarta-feira, após participar normalmente da tradicional audiência geral na Praça de São Pedro, durante a qual apareceu sorridente e saudou os fiéis. Subitamente, ele sentiu “uma dor forte no peito”, o que levou seus assistentes a chamarem uma ambulância, publicou o jornal La Stampa. De acordo com o La Repubblica, ele já reclamava de sintomas há alguns dias e, inclusive, havia exames pré-agendados para o mesmo dia no qual foi levado ao hospital.

Em um comunicado na quinta, o Vaticano disse que o Pontífice havia sido diagnosticado com “bronquite aguda, mas sem complicações cardíacas”. A Igreja afirmara também que sua saúde melhorava “progressivamente” após a internação e que o Pontífice já havia lido jornais e voltado ao trabalho.

O argentino está no décimo andar do Gemelli, onde há uma ala reservada para Papas — a mesma em que passou 10 dias em 2021 após uma cirurgia no intestino grosso. O polonês João Paulo II foi hospitalizado no setor sete vezes antes de sua morte, em 2005.

“Estou comovido com as muitas mensagens recebidas nestas horas e expresso a todos minha gratidão pela proximidade e oração”, tuitou o Pontífice argentino na quinta.

Comorbidades

A saúde de Francisco, cujo papado completou 10 anos no último dia 13, tem gerado preocupações mais acentuadas recentemente. Com alguns problemas que dificultam sua locomoção e o fizeram cancelar uma série de compromissos nos últimos meses, o Pontífice passou 10 dias internado após a cirurgia no intestino grosso em julho de 2021.

Na época, ele foi admitido na mesma Policlínica Gemelli para fazer uma operação pré-agendada para tratar de uma diverticulite — uma inflamação na parede do intestino grosso que causa espessamento da parede do órgão, que fica mais estreito. No jargão médico, o termo para o quadro é estenose.

A ideia inicial era fazer uma cirurgia robótica, com técnica sofisticada e pouco invasiva realizada com a ajuda de robôs. O quatro provou-se mais grave do que o inicialmente previsto já no centro cirúrgico, contudo, e os médicos acharam melhor mudar os planos e fazer um procedimento “a céu aberto”, quando a barriga é cortada. Cerca de 33 centímetros do órgão foram removidos.

Ele ainda tem osteoartrite, também chamada de artrose, do joelho direito. A comorbidade o faz usar cadeira de rodas desde maio de 2022. Os problemas médicos o obrigaram a cancelar várias audiências em 2022 e a adiar uma viagem à África, o que levantou questionamentos sobre uma possível renúncia.

Em várias entrevistas concedidas nos últimos meses, Francismo mencionou a possibilidade de abdicar do Trono de São Pedro, assim como fez em 2013 seu antecessor, Bento XVI, que faleceu em dezembro de 2022. Admitiu recentemente que deixou pronta há mais de uma década uma carta de renúncia para o caso de não ter mais condições de comandar a Igreja, mas esclareceu que não pensou concretamente em deixar o cargo.

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