Para o deputado estadual Jacó, vice-líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia, o resultado do segundo turno das eleições municipais ainda reflete o antipetismo e o clima de radicalização instalado no Brasil com a eleição de Bolsonaro em 2018 e de criminalização da política após o “golpe” contra a presidenta Dilma em 2016.
“Estamos fora do governo federal há quatro anos, muita gente acha que a esquerda brasileira se resume ao PT, o que é um erro. Perdemos espaços importantes, agora vamos ter que avaliar e construir o futuro”.
Jacó foi entrevistado do jornalista André Spínola nesta segunda-feira (30), no programa “Baiana no Ar” (Baiana FM), e falou sobre o segundo turno das eleições, também marcado por fake news, denúncia de compra de votos – “armas que a direita elitista sempre utilizou” – e influência da geopolítica mundial.
“Se você me perguntar se o PT saiu derrotado, eu diria que o PT encolheu, perdemos muitos eleitores e cidades, mas não fomos destruídos. Sofremos um revés”, disse o parlamentar sobre a performance da legenda em Feira de Santana, Vitória da Conquista e outras cidades brasileiras.
Com a confiança de que o governador Rui Costa segue bem avaliado pela população baiana, Jacó analisou prováveis cenários para 2022. Sem cravar nomes, disse que acredita na força política e social do PT e no seu poder de renovação, ainda que o processo seja lento e de intensa disputa interna. Deu o exemplo do Mandato Sebo nas Canelas, que estimulou candidaturas de mais de 100 mulheres e 50 jovens nas últimas eleições.
Instigado sobre o apoio do PT a candidaturas como as de Manuela D´Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL) em 2022, disse que, no que depender da sua vontade, “irá trabalhar firmemente para consolidar uma frente ampla de centro-esquerda”.
“O Guilherme Boulos é uma liderança extraordinária, um homem do diálogo e que tem compromisso com quem mais precisa. Temos que ter humildade para apoiar PCdoB, PSB e outros partidos. Eu pessoalmente não tenho essa dificuldade”.