A pesca artesanal, piscicultura e aquicultura vêm despontado com uma alternativa de renda para mais de 7 mil agricultores familiares baianos. Para adequar a produção à demanda do mercado e viabilizar a comercialização, o Governo do Estado está investindo R$16,4 milhões, por meio do Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Os investimentos são aplicados em ações voltadas para o fortalecimento da pesca artesanal, piscicultura, maricultura e mariscagem, como a aquisição de equipamentos, embarcações, kit de produção individual para marisqueira, implantação e requalificação de unidades de beneficiamento de pescado. Também está em construção um estaleiro, no município de Maraú, no Território Litoral Sul. A inauguração está prevista para o primeiro semestre deste ano.
Em Paulo Afonso, no Território de Identidade Itaparica, na comunidade de Xingozinho, está sendo implantada uma unidade de beneficiamento de pescado, que irá agregar valor à produção, viabilizar o escoamento da produção e favorecer a comercialização do pescado.
“A expectativa é que as famílias envolvidas possam crescer cada vez mais e ajudar umas às outras, unidas em busca de novos mercados. Essas ações vão aumentar a produção e mudar as nossas vidas”, afirma Alzenir Andrade, da Associação dos Pequenos Aquicultores de Malhada Grande. Por meio do edital de apoio à Piscicultura do Bahia Produtiva, a associação passou a ter mais 115 gaiolas (tanques-rede), ração para peixes e duas canoas.
Baixo Sul
Outra entidade contemplada foi a Associação Beneficente de Pesca e Agricultura de Ituberá (ABPAGI). São R$ 681,5 mil destinados à aquisição de embarcações, unidades de beneficiamento, máquinas e equipamentos, instalação de câmaras frias e veículo utilitário com baú refrigerado. Os 80 associados trabalham atualmente com siri, aratu, caranguejo, ostra e peixes como robalo, vermelho, tilápia, tambaqui, tambacu e pacu.
De acordo com o presidente da ABPAGI, Domingos da Conceição, com os investimentos, os produtores terão uma redução no custo do gelo e da ração, além de ter a possibilidade de entregar, de forma adequada, um produto de qualidade. “Esse projeto representa um salto igualitário e de garantia de mercado para a comercialização da produção dos produtores. Nessa época, já constatamos um aumento de 30% das nossas vendas, reflexo desses investimentos que estão iniciando na nossa comunidade”.
A cozinheira Cibele Eunice Cavalcanti, que trabalha em Salvador com venda de lanches e refeições, aprova o pescado da ABPAGI. “Trabalho há muito tempo com mariscos e posso afirmar que esses são produtos de primeira qualidade. Com o siri, por exemplo faço lanches como pasteis e são um sucesso com meus clientes”.
Vendas
Na capital baiana, o pescado da ABPAGI pode ser adquirido, às quartas-feiras, na sede da SDR e na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). No município de Ituberá, os produtos estão à venda na feira livre, localizada no centro da cidade.