O suspeito de esfaquear o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) relatou, em audiência de custódia, que estava com muita dor porque foi espancado no tumulto formado depois do ataque. Ele chamou o episódio de “incidente” e aparentou calma. Desde sábado (8), ele está preso preventivamente no presídio federal de Campo Grande (MT). O vídeo foi feito um dia após o ataque em Juiz de Fora (MG), segundo o G1.
“Fui preso depois de certo ‘incidente’. Então houve tumulto, confusão muito grande. e fui espancado. Bem espancado e dominado pela polícia. Alguns militantes… Depois de um certo incidente, houve tumulto muito grande, eu fui imobilizado por um dos policiais ali presentes. No chão, eu fui espancado na região abdominal e nas costelas”, afirmou.
“O incidente, o imprevisto que terminou, digamos assim, de forma problemática. Discordâncias em certos pontos, em diferentes pontos. Seguimos assim. Não saberia nem expressar, mas o fato ocorreu, entendeu? Houve um ferimento, correto? Embora pretendíamos pelo menos dar uma resposta, um susto, alguma coisa dessa natureza, entendeu? E houve, aconteceu”, continua Adélio no vídeo.
Questionado pelo advogado de defesa, Adélio afirma que cometeu o atentado por se sentir “literalmente ameaçado” pelo candidato do PSL. “As duas coisas entendeu? Porque eu, como milhões de pessoas, pelos discursos da pessoa referida, me sinto ameaçado literalmente, entendeu? Me sinto ameaçado como tantos milhões de pessoas pelos discursos em que o cidadão tem feito”, disse Adélio.
“Aquela certeza de que, cedo ou tarde, ele vai cumprir aquilo que está prometendo tão veementemente pelo país todo contra pessoas como eu exatamente”, completou.
Adélio também respondeu a uma pergunta sobre o tipo de medicação receitada por psiquiatras que já tinha tomado. “Bem, eu já tomei diferentes tipos de medicamentes controlados, né? Tem um, que eu não me recordo o nome, extremamente forte, muito pequeno, mas derruba. Não vai mais que 15 minutos que tomou aquele comprimido, se não tiver deitado, cai mesmo, extremamente forte”, diz.
O agressor afirma que, no momento, não faz uso regular de nenhum remédio. “Nesse momento, uso regular não estou fazendo. Já há um bom tempo que eu não visito médico, não”, afirma.