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sábado 16 de março de 2019 às 13:05h

Agravamento da crise hídrica em Bacia do Rio Utinga é tema de reunião

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O agravamento da crise hídrica na Bacia Hidrográfica do Rio Utinga foi tema da reunião entre representantes de agricultores familiares da região e o secretário Estadual do Meio Ambiente (SEMA), João Carlos Silva, realizada na última quarta-feira (13).

Segundo os trabalhadores, a grande redução da vazão do rio no período recente sinaliza para a possibilidade de falta de água em cerca de 20 dias, caso não haja chuvas. A situação foi confirmada pela diretora do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), Márcia Telles, que também esteve presente no encontro.

O secretário João Carlos Silva considera que “é preciso sair da disputa individual, fazer uma discussão clara dos gargalos dentro do Comitê de Bacia e buscar uma solução conjunta entre os segmentos a partir de um projeto de conscientização”. A liderança do Assentamento São Sebastião, do MST, no município de Wagner, Wilson dos Santos, aproveitou para relatar a situação do agricultor familiar na Bacia do Rio Utinga: “A crise na região começou em 2015, quando o rio deixou de ser perene e cortou seu fluxo pela primeira vez. De lá pra cá, vem crescendo o trecho que fica sem água. Em 2018, secou duas vezes no ano”. O agricultor disse, ainda, que “há um grande crescimento de áreas irrigadas na região, passando de 250 mil pés de banana para 2,5 milhões, sem falar do plantio de manga que vem crescendo”.

O INEMA apresentará o quadro atualizado da situação do rio aos membros do comitê, em reunião ordinária a ser realizada no dia 19/3, em Feira de Santana, visando alertar a região e mediar uma discussão sobre o problema. “Apesar de toda a indisponibilidade de chuva, o problema é de uso irregular e abusivo. A nascente tem água vertendo normalmente, mas o rio não comporta a retirada de água como está acontecendo”, avaliou a diretora Márcia Telles, reforçando que o problema deve ser tratado no âmbito do comitê, instância que conta com representação do poder público, da sociedade civil e dos usuários (produtores).

Ainda segundo a gestora do INEMA, ações de monitoramento do órgão já estão acontecendo. “Mais de 14 operações de fiscalização foram realizadas no período recente, com notificação, advertência e apreensão de bombas, mas a atitude repressiva não resolve. Quando o INEMA vira as costas, as bombas voltam a funcionar. É preciso conscientização”.

Revitalização

A empresa Agrotopo Engenharia & Meio Ambiente, vencedora da licitação para realizar a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Utinga, entregou ao secretário João Carlos Silva o diagnóstico para a implementação do Projeto de Restauração da Vegetação Nativa na Microbacia do Rio Utinga e APA Marimbus/Iraquara. Com recursos da ordem de R$ 1,4 milhão, provenientes de pagamentos de multas ambientais pela COELBA, o projeto realizará a restauração de 110 hectares ao longo do rio, em pequenas propriedades da Agricultura Familiar, assentamentos de reforma agrária e comunidades tradicionais, nos municípios de Lençóis, Bonito, Wagner, Utinga, Lajedinho, Ruy Barbosa, Iraquara, Andaraí e Nova Redenção. De acordo com informações dos representantes da empresa, serão plantadas cerca de 55 mil mudas, construídos viveiros, entre outras ações.

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